Fernando Haddad, ministro da Educação: para ele, dois exames resolvem os problemas do Inep (Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 19 de maio de 2011 às 18h43.
Brasília - Após duas edições marcadas por uma série de problemas - vazamento da prova, falhas na encadernação, cabeçalho trocado, batalhas jurídicas -, o ministro da Educação, Fernando Haddad, defendeu ontem que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) seja aplicado mais de uma vez por ano e admitiu ampliar a validade da prova para dois anos.
Os comentários foram feitos durante audiência da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal, que convidou Haddad para dar explicações sobre os equívocos da última edição do Enem.
“A saída adequada e já planejada é que se realizem mais edições do Enem por ano. Isso vai mitigar, se não a totalidade, a quase totalidade dos problemas que o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, responsável pela organização da prova) enfrenta com falhas às vezes humanas, às vezes ocorrências que não estão sob a sua responsabilidade”, disse. “É possível e desejável que haja mais de uma edição por ano do Enem.”
Na opinião do ministro, a aplicação de outra prova permitiria que o estudante se inscrevesse e fosse avaliado mais de uma vez - além disso, os exames poderiam ser diluídos em datas distantes entre si. “Se ele (estudante) participa de uma (prova) e não se dá bem, participa de outra. Em caso de abstenção, tem no seu horizonte uma nova oportunidade.” Nos EUA, disse, aplica-se o SAT (equivalente ao Enem) sete vezes durante o ano.
Durante a audiência, o ministro também comentou a possibilidade de ampliar a validade do Enem. “A validade (hoje) é de um ano, mas isso também pode ser revisto. Nada impede que ao longo do processo nós atribuamos ao Enem a validade de dois anos, por exemplo. O aluno está desonerado de por dois anos refazer o exame, a não ser que queira.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.