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Haddad: PT não vai trabalhar transferência de voto antes de decisão do TSE

Na pesquisa Datafolha divulgada na semana passada, quando Haddad aparece como candidato, ele soma 4 por cento das intenções de voto

Fernando Haddad disse que o PT ainda não trabalha com a possibilidade de transferência de votos de Lula para ele (Patricia Monteiro/Bloomberg/Bloomberg)

Fernando Haddad disse que o PT ainda não trabalha com a possibilidade de transferência de votos de Lula para ele (Patricia Monteiro/Bloomberg/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 29 de agosto de 2018 às 13h44.

Última atualização em 29 de agosto de 2018 às 13h44.

O candidato a vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira que o PT ainda não trabalha com a possibilidade de transferência de votos de Lula para ele porque a decisão sobre o registro da candidatura ainda não foi tomada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

"Não estamos trabalhando com essa hipótese nesse momento. Não vamos nos antecipar a uma decisão que não está tomada. O TSE que tem que se manifestar se vai atender a ONU", disse em entrevista durante passagem por Belo Horizonte.

Há 10 dias, o Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas, órgão formado por especialistas independentes, divulgou um texto em que pede que seja autorizado o registro da candidatura Lula e que o ex-presidente possa dar entrevistas e ter acesso a companheiros de partido, sob pena de "dano irreparável a seus direitos políticos".

Como o Brasil é signatário do tratado que deu jurisdição ao comitê sobre direitos civis e políticos, o PT usa essa recomendação como defesa do registro da candidatura.

O ex-prefeito confirmou que a defesa de Lula no TSE será apresentada na quinta-feira, em Brasília. A previsão no tribunal é que uma decisão seja tomada na semana que vem, entre os dias 4 e 6 de setembro, depois, portanto, do início do horário eleitoral e um mês antes do primeiro turno da eleição.

Na pesquisa Datafolha divulgada na semana passada, quando Haddad aparece como candidato, ele soma 4 por cento das intenções de voto. No entanto, o levantamento mostra que 31 por cento votariam com certeza em um candidato indicado por Lula.

No caso de negativa do registro da candidatura do ex-presidente --que por ter sido condenado em segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro tende a ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa--, Haddad deve assumir a candidatura, e o PT trabalha já sua imagem para torná-lo conhecido como homem de Lula.

O ex-prefeito passou a semana passada toda em viagem ao Nordeste, região em que Lula tem seu melhor desempenho, para associar seu nome ao do ex-presidente. Nesta quarta, o PT divulgou nas redes sociais um vídeo com uma compilação de momentos de Haddad na região com o título "Lula e Haddad pelo Nordeste".

Em entrevista à Reuters, o governador petista do Piauí, Wellington Dias, disse que o PT fará a campanha com foco no número do partido, 13, como forma de garantir a transferência de votos de Lula a Haddad.

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