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Haddad formaliza recuos em novo plano de governo

Fernando Haddad apresentou na quinta-feira, 18, um novo plano de governo ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

O candidato petista Fernando Haddad: para o petista, o adversário é o que "tem de pior" no parlamento brasileiro (Amanda Perobelli/Reuters)

O candidato petista Fernando Haddad: para o petista, o adversário é o que "tem de pior" no parlamento brasileiro (Amanda Perobelli/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de outubro de 2018 às 09h53.

São Paulo - A campanha do candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, apresentou na quinta-feira, 18, um novo plano de governo ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Nessa versão, o partido retira a proposta de uma nova Constituinte no país, inclui a "perspectiva" de apoio a reformas na área fiscal e troca críticas ao PSDB por ataques ao oponente Jair Bolsonaro (PSB), que concorre com Haddad no segundo turno das eleições. Além disso, há recuos em propostas de reforma para o sistema Judiciário e programas relacionados à comunidade LGBT.

No capítulo em que trata sobre afirmação de direitos, todo o parágrafo que fazia referência a um "novo processo Constituinte" foi apagado. O texto original - que ainda trazia como candidato o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado na Lava Jato - dizia que a proposta era necessária para "assegurar conquistas da Constituição de 1988", e que um roteiro de debates sobre reformas constitucionais seria elaborado.

O primeiro documento também dizia que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) deveriam ter mandatos com tempo limitado. Já o novo programa entregue ao TSE apenas propõe debater o tema.

Na proposta de criar uma rede de enfrentamento à violência contra a comunidade LGBT, o texto anterior dizia que haveria "políticas de promoção da orientação sexual e identidade de gênero". O novo programa diz que haverá políticas de "combate à discriminação em função da orientação sexual e identidade de gênero", e não de promoção.

"Golpista"

O novo programa também retirou um trecho que chamava o PSDB de "golpista", e trocou os ataques aos tucanos por críticas a Bolsonaro. Na versão anterior, o texto argumentava que programas dos governos Lula e da presidente cassada Dilma Rousseff estavam sendo "destruídos pelas escolhas neoliberais do governo Temer e do PSDB". Agora, o programa critica "escolhas neoliberais do governo Temer, com apoio de Bolsonaro". Além disso, uma frase que criticava a "maioria parlamentar golpista liderada pelo PSDB" foi cortada.

A nova versão também fala em um "compromisso com as reformas estruturais necessárias", uma agenda defendida por candidatos do PSDB e do MDB, entre outros, durante o primeiro turno das eleições. O trecho foi incluído em um parágrafo que prometia equilíbrio fiscal nas contas públicas. Mas o partido manteve a proposta de revogar a emenda constitucional que criou o chamado teto de gastos - introduzido por emenda constitucional em 2016 e que é um dos pontos centrais da atual política fiscal.

Na abertura do documento, o PT também poupou críticas à mídia. Antes, o texto dizia que a "perseguição judicial" a Lula teve "amplo respaldo midiático", o que foi retirado na nova versão. No entanto, o plano mantém a proposta de discutir um novo marco regulatório para a jornais, revistas, TVs e rádios.

Propostas

O novo texto alterou o nome de alguns programas incluídos no documento anterior e trouxe detalhes de propostas que Haddad havia descrito apenas informalmente, em agendas públicas. O "Plano Emergencial de Empregos" anterior se tornou o programa "Meu Emprego Novo". A universalização da internet banda larga agora é chamada de "Programa Brasil 100% Online".

O plano de aumentar o protagonismo da Polícia Federal no combate ao crime organizado, que até agora ficou de fora dos documentos, foi incluído. A proposta de que a União assuma a administração de escolas de ensino médio também passou a ser contemplada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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