São Paulo - Sob gritos de "Vai para Curitiba" e "Fica Haddad", o prefeito de São Paulo votou por volta das 9h15 na zona sul da capital, tendo ao lado sua esposa, Gabriel Chalita e Eduardo Suplicy. Ao entrar no colégio, o prefeito ainda ouviu: "seu partido acabou com o Brasil".
Fernando Haddad (PT) minimizou os protestos das três pessoas que gritavam palavras de ordem contra ele: "Vai saber o que está por trás disso. Às vezes existem pessoas com inclinação não democrática, mais pró-fascista".
Na saída do colégio, Haddad se disse confiante de um segundo turno contra Doria."A expectativa é que a gente possa debater dois projetos para a cidade. Um projeto mais privatista, que vê a cidade como campo de negócios, e o projeto de cidade como espaço para pessoas. É isso que está em jogo e vamos ter a oportunidade de confrontar esses dois projetos no segundo turno", afirmou.
O petista afirmou também que os eleitores ainda não assimilaram o que foi feito pela sua gestão.
"Tem muita coisa que não foi apresentada no primeiro turno em função da exiguidade do tempo. Nós vamos ter cinco minutos no segundo turno, o dobro do tempo que tive no primeiro. Nós vamos poder apresentar as outras realizações do governo. E, aí, nós vamos surpreender. É um contra um com tempo igual. No primeiro turno, eu tinha 20% do tempo e 80% do tempo era falando mal da gestão. Agora, vai ser meio a meio e vamos crescer muito. Pode anotar o que estou falando."
Haddad seguiu com Chalita para Higienópolis, onde acompanha a votação dele.
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1/9 (Imagens cedidas pelos candidatos/Montagem de EXAME.com)
São Paulo – Na primeira
eleição sem
doações empresariais para candidatos, os relatórios das campanhas revelam uma conclusão que já era óbvia: fora o dinheiro investido pelos partidos, os principais doadores desse pleito são empresários. Pelo menos entre os principais aspirantes a
prefeito da cidade de São Paulo. A única exceção a essa regra é a candidata do
PSOL, Luisa Erundina, cujos principais doadores são juristas e acadêmicos. Entre os cinco primeiros colocados nas pesquisas de intenção de voto, ela também é a prefeiturável que menos arrecadou para a campanha até agora: foram 94,5 mil, segundo o último registro do TSE. Líder nas pesquisas de intenção de voto,o tucano João Doria Jr. lidera também em arrecadação para o caixa de campanha. Até a última quarta-feira, ele tinha declarado quase 6 milhões de reais em doações — metade desse valor foi desembolsado por ele mesmo, que também é o candidato mais rico da disputa e o que detém o maior tempo na TV. O candidato investiu na própria campanha mais dinheiro até do que o próprio partido, cujo dinheiro doado pela direção nacional corresponde a 24% do total arrecadado.
R$ 100 mil para cada O empresário Elie Horn, fundador e ex-presidente da construtora Cyrela, lidera a lista de pessoas físicas que mais doaram para o candidato do PRB, Celso Russomano. O prefeiturável, contudo, não é o único a receber recursos do fundador da Cyrela. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral, Horn ofertou até a última segunda-feira (26) 970 mil reais para 15 candidatos. Marta Suplicy (PMDB), Fernando Haddad (PT) de João Doria Jr (PSDB), que são rivais de Russomano na disputa pela prefeitura de São Paulo, também receberam 100 mil reais do empresário. Jonas Donizette (PMDB), que tenta a reeleição na prefeitura de Campinas (SP), e Pedro Paulo Teixeira (PMDB), candidato de Eduardo Paes para a prefeitura do Rio de Janeiro (RJ), também ganharam o mesmo montante. O também candidato a prefeito no Rio Antonio Pedro Índio da Costa (PSB) recebeu 50 mil reais de Horn. Veja, nas imagens, os principais doadores de cada campanha.
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2. JOÃO DORIA JR (PSDB) – R$ 6,2 milhões arrecadados
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2/9 (Divulgação/João Doria/Divulgação)
Candidato mais rico das eleições paulistanas (com um patrimônio de quase 180 milhões de reais), Doria lidera a lista de doações para a própria campanha. No total, ele desembolsou 2,9 milhões para a corrida eleitoral — o equivalente a 47% do total arrecadado até a última quarta-feira. Dono do Lide – Grupo de Líderes empresariais, Doria tem em sua lista de doadores nomes como o de Renato Feder (sócio da Multilaser que doou 120 mil reais para o prefeiturável), Lucília Maria dos Santos Diniz (irmã de Abilio Diniz que contribuiu com 100 mil reais), o presidente do Conselho da Rodobens, Waldemar Verdi Junior (que deu R$ 68 mil para a campanha), a ex-presidente da Dudalina Sônia Hess de Souza (R$ 60 mil) e a dona do Magazine Luiz, Luiza Helena Trajano (R$ 50 mil), entre outros.
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3. FERNANDO HADDAD (PT) – R$ 5,2 milhões
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3/9 (Divulgação/Fernando Cavalcanti)
Ex-ministro do Turismo do governo Lula e membro do conselho da Kroton Educacional, Walfrido dos Mares Guia Neto é a pessoa física que mais doou para o atual prefeito de São Paulo com 200 mil reais. Em seguida vem o empresário José Ricardo Rezek, fundador do grupo Rezek, com uma doação de 120 mil reais.
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4. CELSO RUSSOMANO (PRB) – R$ 4,7 milhões
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4/9 (Divulgação/Celso Russomanno)
O empresário Elie Horn, fundador e ex-presidente da construtora Cyrela, lidera a lista de pessoas físicas que mais doaram para o candidato do PRB. O CEO da Tecnisa, Meyer Joseph Nigri, vem em seguida com uma doação de 50 mil reais no último dia 20 de setembro. O deputado federal Robson Tuma está em terceiro com transferência de 14 mil reais.
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5. MARTA SUPLICY (PMDB) – R$ 4,7 milhões
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5/9 (Divulgação/Página de Marta Suplicy no Facebook)
Cunhado de Marta, o empresário Ivan Correa de Toledo Filho, ex-sócio do Sem Parar*, é a pessoa física que mais doou para a campanha da peemedebista. No total foram 500 mil reais declarados no final de agosto. Em seguida está o fundador do grupo imobiliário Multiplan, José Isaac Peres, que doou 200 mil reais para a ex-prefeita de São Paulo (SP). Com a transferência de 150 mil reais está o também empresário João Carlos Di Genio, fundador da Universidade Paulista (UNIP).
* Atualizado às 17h53 para corrigir um erro de informação. A versão anterior dizia que Ivan Correa de Toledo Filho era sócio da Sem Parar, no entanto, a empresa foi vendida em março deste ano.
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6. RICARDO YOUNG (REDE) - R$ 323,2 mil
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6/9 (Wikimedia Commons)
Na última pesquisa Datafolha, o candidato da Rede não pontuou nem mesmo um ponto percentual das intenções de voto, mesmo assim, está na frente de Luiza Erundina (PSOL), que marcou 5 pontos percentuais na sondagem, no ranking de arrecadação financeira para a campanha. No topo de seus principais doadores está a presidente da Fundação Tide Setubal, Maria Alice Setubal (também conhecida por Neca), que foi coordenadora da campanha de Marina Silva à presidência da República em 2014 e é herdeira do grupo Itaú. Ela é seguida por Tomas Makray, diretor do Instituto Oikos de Agroecologia, que doou R$ 50 mil e por Jose Luiz Egydio Setubal, também herdeiro do Itaú.
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7. LUIZA ERUNDINA (PSOL) – R$ 105,1 mil arrecadados
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7/9 (Divulgação/Página de Luiza Erundina no Facebook)
Dos cinco principais candidatos à prefeitura paulista, Erundina é a única que não arrecadou cifras milionárias para a campanha. É também uma das poucas que não entrou em dívidas maiores do que o que conseguiu arrecadar. Enquanto seus rivais receberam aportes que superam os 100 mil reais por pessoa, a candidata do PSOL recebeu, no máximo, 10 mil reais por pessoa física – valor doado pelos juristas Celso Antonio Bandeira de Mello e Rubens Garcia Filho (cada). O perfil dos principais doares de Erundina também difere do perfil dos doadores de seus rivais. Entre eles, os empresários dominam os principais desembolsos. No caso dela, juristas e acadêmicos.
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8. OUTROS CANDIDATOS
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8/9 (Divulgação/Página de Levy Fidelix no Facebook)
MAJOR OLIMPIO (SD) - R$ 89.726,71 LEVY FIDELIX (PRTB) - R$ 81 mil ALTINO (PSTU) - R$ 20,2 mil JOÃO BICO (PSDC) - R$ 35,5 MIL Até o fechamento desta reportagem, o TSE não mostrava os dados pertinentes ao candidato Henrique Áreas (PCO).
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9. VEJA TAMBÉM
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9/9 (Fábio Teixeira)