Fernando Haddad votando no primeiro turno das eleições municipais de 2012: petista ressaltou que é preciso respeitar a decisão do STF (Nacho Doce/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2012 às 23h20.
São Paulo - Em entrevista ao telejornal SPTV, da Rede Globo, o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, disse que seu partido aprendeu com as últimas derrotas eleitorais na cidade e que, entre as "lições aprendidas", está a de não propor novas taxas. "Nós não aprovaremos nenhuma taxa e eu prometo acabar com a taxa da Controlar (de inspeção veicular)", garantiu o candidato. Em 2004, a então prefeita Marta Suplicy não foi reeleita e uma das razões para a derrota foi a criação da taxa do lixo.
Questionado sobre a falta de investimento na cidade quando foi ministro da Educação, o petista rebateu dizendo que fez o maior programa de inclusão social de estudantes através do ProUni. "O número de bolsista do ProUni é o maior do País, supera o número de alunos da Universidade de São Paulo", respondeu.
Segundo Haddad, a prefeitura de São Paulo não se credenciou para receber recursos provenientes da União em vários setores, como saúde e educação. Ainda de acordo com o petista, a gestão municipal alegou, por exemplo, não ter terrenos disponíveis para construir creches com as verbas federais.
"A prefeitura desprezou R$ 250 milhões para a construção de 172 creches", reforçou o candidato, acusando o prefeito Gilberto Kassab (PSD) e seu ex-secretário municipal da Educação, Alexandre Schneider (PSD), hoje vice na chapa do tucano José Serra, de "nunca" ter solicitado os recursos do governo federal. "Você acha, paulistano, que é justo um secretário da Educação alegar falta de terreno numa das maiores cidades do País para não receber R$ 250 milhões do governo federal?", questionou.
Haddad evitou declarar apoio ao ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e ao ex-presidente nacional do PT, José Genoino, condenados por corrupção ativa pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do Mensalão. "Eu não acompanhei o processo porque o processo coincidiu exatamente com a campanha eleitoral. Não tivemos um dia de não coincidência entre um calendário e outro. Inclusive acho que prejudicou um pouco a discussão sobre a cidade", esquivou-se.
O petista ressaltou que é preciso respeitar a decisão do STF, mas cobrou indiretamente o julgamento do Mensalão mineiro. "Temos que aguardar a condução dos trabalhos até o julgamento do chamado Mensalão do PSDB de Minas. Aí o Supremo vai dar uma prova cabal de que foi imparcial, que julgou todos os partidos de forma igual, o PSDB, o PT, o DEM e todos os partidos envolvidos nesse episódio", afirmou.