Dilma Rousseff e Fernando Haddad (Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 3 de agosto de 2012 às 18h57.
São Paulo- O pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad disse nesta segunda-feira que conta com a coerência do PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, para uma futura coligação entre as duas legendas em São Paulo. "Conheço o Eduardo Campos e à frente do Ministério da Educação fomos os que mais investirmos na educação do Nordeste como um todo. É um governador que eu admiro e que tem uma trajetória de coerência. Confiamos nesta parceria, que é estratégica", disse o petista, durante visita à região do Itaim Paulista, na zona leste da capital.
Para o petista, PSB e PT têm "todas as condições" para estar juntos nas eleições municipais. Ele reiterou que não tem pressa para definir aliança com o partido de Campos. "A ansiedade não faz parte da minha personalidade. Eu aguardo os acontecimentos com muita tranquilidade. Tudo tem seu tempo", afirmou. Haddad revelou que ainda não foi informado sobre o teor da conversa entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente nacional do PSB e dirigentes do PT, na noite de domingo, em São Bernardo do Campo, mas está seguro de que "a conversa foi boa".
Deselegante
Haddad evitou comentar a vitória apertada de José Serra nas prévias tucanas. "Entendo que é um assunto interno do PSDB. Considero um pouco deselegante falar a respeito de assuntos que não são relativos ao PT", esquivou-se. O pré-candidato petista disse também que nunca descartou a possibilidade de ter Serra como oponente. "Eu sempre considerei que Serra seria o candidato do PSDB, nunca tive ilusões a respeito disso."
Apesar de não querer entrar em detalhes sobre o resultado da prévia tucana, Haddad rebateu as críticas de Serra sobre a nacionalização da disputa em São Paulo. "Penso que sobraram críticas ao governo federal, apesar do discurso, e faltou autocrítica à gestão municipal. A gestão está com problemas e esses problemas não são assumidos pelo candidato."
O petista lembrou que a atual administração é chamada de gestão Serra/Kassab e que parte dos cargos ocupados hoje na Prefeitura foram indicados pelo ex-governador José Serra. "Os dois fazem questão de dizer que é a gestão Serra/Kassab, nós estamos tratando como eles tratam. Não estamos sendo desrespeitosos", ressaltou. E acrescentou: "Não há como desvincular as duas gestões."
Haddad reafirmou que gostaria de fazer um debate sobre os problemas da cidade, mas notou um tom crítico no discurso de Serra sobre o governo federal. "É até inexplicável, num certo sentido, porque a presidente Dilma não está aqui para responder e foi alvo de críticas, na minha opinião, infundadas, desnecessárias e inoportunas. Estamos tratando de uma questão local e se falou muito do governo federal," observou.
O candidato petista começou sua agenda política por volta das 10h em encontro com religiosos católicos da região do Itaim Paulista, visitou um hospital, uma cooperativa de micro-ônibus e uma central de coleta seletiva de lixo. À tarde, esteve numa obra de urbanização de favelas do PAC e visitou uma escola.