Fernando Haddad: na quarta-feira (07), a bancada de vereadores do PT se reuniu pela manhã com o novo prefeito, no escritório de transição (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 8 de novembro de 2012 às 11h43.
São Paulo - Embalado pela vitória de Fernando Haddad e pela proximidade da posse, o PT tenta dar as cartas para aprovar mudanças de seu interesse no Orçamento 2013 e conseguir emplacar um quadro do partido na Presidência da Câmara no ano que vem, de modo a pavimentar o caminho do primeiro ano do prefeito eleito. Mas enfrenta um empecilho: o bloco articulado pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD), que tem PSD, PSB e PV, deve contar com o relator do Orçamento, Ricardo Trípoli (PV), e também tenta emplacar um nome no mais alto posto do Legislativo.
Na quarta-feira (07), a bancada de vereadores do PT se reuniu pela manhã com Haddad, no escritório de transição, no centro de São Paulo. Do encontro tiraram duas posições que demonstram o apetite petista: a primeira, de que a peça orçamentária de 2013 deve conter e espelhar as "preocupações e propostas" apresentadas pelo prefeito eleito durante a campanha.
A segunda, de que o partido brigará para que a composição da Mesa Diretora seja definida de acordo com a proporcionalidade do tamanho das bancadas, o que significaria que o PT faria o presidente, uma vez que será o maior partido da Casa, com 11 vereadores eleitos.
Os petistas querem remanejar, no Orçamento 2013, recursos que permitam a Haddad viabilizar no primeiro ano de mandato duas de suas principais propostas - o bilhete único mensal e o fim da taxa de inspeção veicular. Além disso, pretendem trabalhar para que Haddad venha a dispor de verbas que sirvam como contrapartidas aos convênios que quer firmar com o governo federal.
O líder do PT na Câmara, vereador Chico Macena aguarda ainda para este ano a "construção" de uma proposta na bancada para acabar com o fim da taxa da inspeção veicular. "É o que deve ser feito. De qualquer forma, já existe um projeto em meu nome que acaba com a inspeção e pode ser votado", disse.
Sobre o bilhete único mensal, Macena admitiu que não será uma proposta fácil de ser viabilizada em 2013. "É preciso mudar todo o sistema de bilhetagem dos ônibus e peruas. Também é necessário um aporte de R$ 400 milhões na previsão de gastos para o próximo ano para cobrir os custos do projeto", disse.
Na reunião de quarta-feira (07), os petistas também decidiram que vão brigar para ter o controle do Legislativo, colocando um nome na disputa. O nome mais cotado é o do vereador José Américo, mas Arselino Tatto também se coloca na disputa.
O coordenador da transição, vereador Antônio Donato, afirmou que conversou informalmente com colegas de outros partidos na segunda-feira (05) e, segundo ele, a proposta de obedecer à proporcionalidade do tamanho das bancadas, inclusive com um nome do PSDB na Mesa, é vista com bons olhos. "Acho que tem muita aceitação essa tese, inclusive pela oposição, mas é um processo inicial."