Fernando Haddad votando no primeiro turno das eleições municipais de 2012 (Nacho Doce/Reuters)
Da Redação
Publicado em 16 de outubro de 2012 às 14h59.
São Paulo - No segundo dia do horário eleitoral na TV deste segundo turno, o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, criticou a administração municipal na área da saúde e questionou o trabalho do tucano José Serra, apresentado na propaganda do PSDB como "o melhor ministro da Saúde" que o país já teve. O programa petista, que contou nesta terça-feira (16) com a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fez questão de relacionar a administração de Serra na Prefeitura (2005-2006) com a do atual prefeito Gilberto Kassab (PSD), chamado pela campanha petista de gestão "Serra/Kassab". Já o tucano voltou a associar o adversário petista ao ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, condenado por corrupção ativa pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão.
No programa do PT, a campanha explorou a dificuldade de atendimento da população em hospitais municipais e comparou as unidades públicas aos hospitais privados de alto padrão. "A saúde só anda bem na propaganda deles", provocou o narrador. Com o depoimento de usuários descontentes com a rede municipal, Haddad disse que a gestão "Serra/Kassab" teve oito anos para amenizar o "sofrimento dos paulistanos" e acusou a Prefeitura de "desrespeitar" a população carente. "Ninguém aguenta mais tanto sofrimento e tanta humilhação (na rede municipal)", condenou o candidato, que apresentou suas propostas para o setor e se comprometeu a construir "os três hospitais que o Kassab prometeu e não fez". "A saúde pública tem jeito e eu vou provar isso", acrescentou.
A campanha de Haddad também rebateu a campanha do adversário, que na segunda-feira (15) o acusou de ter "afundado" a educação no país. Segundo o programa de Haddad, Serra usou um "estudo isolado" da Unesco para "atacar" o petista. "Eles acham que o povo é ingênuo, mas o povo não é bobo e já sabe em quem vai votar", disse o ex-presidente Lula.
Serra reapresentou boa parte do programa da noite de segunda-feira (15), onde questionou a experiência de Haddad e os "rolos do Enem", em referência às fraudes ocorridas no Exame Nacional do Ensino Médio no período em que o petista foi ministro da Educação. "É duro acreditar no Haddad", comentou uma eleitora.
Além de listar seus projetos e repassar sua biografia, o tucano apostou na associação de Haddad ao dirigente petista José Dirceu que, segundo o programa do PSDB, "ainda manda no PT". A campanha de Serra reproduziu o noticiário sobre um encontro de membros do Diretório Nacional do PT na semana passada, que contou com a participação de Dirceu e do ex-presidente nacional do PT, José Genoino, também condenado pelo STF. Na ocasião, Dirceu disse aos colegas do partido que a prioridade agora é a eleição de Fernando Haddad em São Paulo. "Antes de ir para a cadeia, veja o que ele quer: a eleição de Haddad em São Paulo. Se é bom para o Zé Dirceu, é péssimo para você", finalizou o narrador.