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"Há margem para aprovar reformas apesar da crise", diz relator

Para o deputado Arthur Maia, relator da reforma da Previdência, o papel do Congresso deve aumentar diante das denúncias de corrupção envolvendo o governo

Arthur Maia: "O protagonismo do Legislativo vai ter que compensar o enfraquecimento do Executivo" (Agência Brasil/Agência Brasil)

Arthur Maia: "O protagonismo do Legislativo vai ter que compensar o enfraquecimento do Executivo" (Agência Brasil/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 19 de junho de 2017 às 17h43.

Última atualização em 19 de junho de 2017 às 17h47.

O relator da reforma da Previdência na Câmara, deputado Arthur Maia (PPS-BA), disse hoje (19) que apesar da crise política, há margem para a aprovação das reformas previdenciária e trabalhista pelos parlamentares.

"O ambiente mudou. Mas eu não sinto ainda, em relação ao tamanho da base de apoio, uma mudança", disse Maia sobre as reformas.

Para o relator, o papel do Congresso deve aumentar diante das denúncias de corrupção envolvendo o governo federal.

"O protagonismo do Legislativo vai ter que ser muito maior para compensar o enfraquecimento do Executivo neste momento", ressaltou, ao discursar em evento na Associação Comercial de São Paulo.

O deputado citou a possibilidade de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentar uma denúncia contra o presidente Michel Temer.

"Não estará falando a verdade quem disser que nós estamos em um momento político no Brasil de normalidade. Não estamos. O procurador-geral deverá entrar nos próximos dias com a solicitação para processar o presidente da República", acrescentou.

Caso a denúncia seja apresentada, precisará ser aprovada pela Câmara dos Deputados.

No mês passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou áudio do encontro do empresário Joesley Batista com Temer, ocorrido em março, no Palácio do Jaburu.

O material faz parte do acordo de delação premiada firmado pelo empresário e a Procuradoria-Geral da República (PGR) e homologado pela Corte. Na delação, o empresário descreve esquemas de corrupção envolvendo políticos e integrantes do governo federal.

Com base na delação, o ministro do STF, Edson Fachin, autorizou a abertura de inquérito para investigar denúncias que envolvem o presidente Temer.

O presidente nega as acusações feitas pelo empresário e entrou com ação contra Joesley por calúnia e difamação.

Para Arthur Maia, as acusações envolvendo o presidente, ministros e ex-ministros revelaram um conflito institucional.

"Nota-se hoje claramente um confronto entre o Executivo e o Ministério Público. É uma situação extremamente difícil que nós estamos passando hoje no Brasil", disse.

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