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Há 284 votos a favor do impeachment na Câmara, diz Sampaio

Número ainda é menor do que os 342 votos necessários para aprovar a matéria na Casa


	Carlos Sampaio: segundo o deputado, a presidente Dilma só possui 150 deputados fiéis à ela
 (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Carlos Sampaio: segundo o deputado, a presidente Dilma só possui 150 deputados fiéis à ela (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

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Da Redação

Publicado em 28 de setembro de 2015 às 21h11.

São Paulo - O deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP) afirmou nesta segunda-feira, 28, que, pelas suas contas, há 284 votos a favor do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados - número menor do que os 342 votos necessários para aprovar a matéria na Casa.

Segundo ele, Dilma só possui 150 deputados fiéis a ela. Durante seminário promovido pelo Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial, o tucano também previu que a Câmara deve deferir o pedido de afastamento da petista ainda em outubro deste ano, ficando o julgamento pelo Senado para novembro.

Mesmo que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) indefira os pedidos de impeachment, Sampaio ressaltou que a oposição tem uma vantagem: a possibilidade de recurso em plenário prevista pelo Regimento Interno da Casa.

Nesse caso, destacou, bastaria maioria simples para aprovar o deferimento, ou seja, 51% dos presentes.

"Acho que quando iniciar as manchetes no dia seguinte de que iniciou o processo, temos clareza de que os que faltam (para chegar aos 342) vão aparecer", afirmou o parlamentar a uma plateia de empresários e simpatizantes do PSDB.

Pelos cálculos de Sampaio, mesmo com os recentes movimentos de afago ao PMDB feitos pela presidente Dilma Rousseff, ainda há 20 deputados do partido que devem votar a favor do impeachment.

"Por mais que pareça que ela está ganhando fôlego, nossa visão é de que ela não ganha. A tendência é piorar", afirmou.

Na avaliação do tucano, cada vez que a presidente tira um partido de sua equipe para dar mais espaço ao PMDB, essa outra legenda descartada acaba migrando para o "outro lado".

"Ela faz pequenas arrumações e a coisa desanda", disse o parlamentar. O deputado federal previu que, a partir da próxima semana, alguns dos pedidos de impeachment devem começar a ser deferidos na Câmara.

Para ele, em outubro esse processo estará concluído, fazendo com que, em novembro, o processo possa ser julgado pelos senadores, em sessão que deve ser presidida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo o tucano, a maior resistência ao processo de impeachment no Congresso vem do PR e do PP. "Do PSB também, mas acho que muita gente do partido acabaria votando a favor", acrescentou. Para o parlamentar, Dilma "não tem vocação" para renunciar.

'Golpe'

Carlos Sampaio afirmou que espera uma "receptividade absoluta" da sociedade em relação ao impeachment. De acordo com ele, "não tem sentido falar em golpe".

"Não estamos cassando para o PSDB assumir. Se (o mandato de Dilma) for cassado, quem a assume é o vice dela (Michel Temer, do PMDB)", disse.

O parlamentar avaliou que "não se pode tratar como golpe" um "preceito institucional" como o impeachment. Para ele, a união de juristas, como o advogado Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT, em torno do tema deu mais "robustez" ao pedido.

O deputado disse ainda achar que o PMDB "quer assumir" o governo, caso a presidente sofra um processo de impeachment. Já seu partido, o PSDB, "quer saber como ajudar" esse novo governo que tomaria posse.

"Não tem como ajudar a Dilma", afirmou o parlamentar. Segundo ele, "a premissa que me move é que nada é pior que Dilma".

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