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Gustavo Franco critica modelo de concessões do governo

Segundo sócio-fundador da Rio Bravo Investimentos, programa de concessões do governo federal está atrasado


	Gustavo Franco: "eu tenho uma objeção básica, que é a seguinte: tinha que ser (feito) há dez anos", afirmou
 (Divulgação)

Gustavo Franco: "eu tenho uma objeção básica, que é a seguinte: tinha que ser (feito) há dez anos", afirmou (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2014 às 21h36.

Rio - O sócio-fundador da Rio Bravo Investimentos e ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, disse hoje que o programa de concessões do governo federal está atrasado e criticou o modelo atual. "Eu tenho uma objeção básica, que é a seguinte: tinha que ser (feito) há dez anos", afirmou a jornalistas no Congresso da Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital (Abvcap), no Rio.

Franco disse que o governo Lula trouxe o assunto das Parcerias Público-Privadas (PPPs) como alternativa às privatizações, mas apenas uma foi feita. Ele citou a PPP para construção do datacenter entre Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, em Brasília, feita em parceria com a empresa GBT. "Isso foi um tempo perdido do tamanho de um bonde. Atrasou muito o programa de privatizações, de concessões", comentou.

Sobre o modelo atual, ele criticou a tentativa do governo de limitar a taxa de retorno dos investimentos. "Você faz uma privatização, entrega investimentos ao setor privado, mas meio que proíbe o sujeito de ter lucro elevado", disse, chamando o modelo de "capitalismo pela metade".

Franco também citou a necessidade de serem feitas reformas no Brasil para melhorar o ambiente de negócios. Questionado sobre quais deveriam ser feitas, ele disse que "o cardápio é vasto".

Conjuntura

A respeito da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, para definição da taxa de juros, o ex-presidente do BC não quis fazer projeções. "Me abstenho."

Franco disse ainda que o panorama inflacionário está "muito estressado". "Os alimentos vinham ajudando e passaram a atrapalhar, em razão da seca dos primeiros meses do ano", avaliou.

Em sua visão, diante desse cenário, o BC deve continuar atuando no mercado de câmbio para manter o dólar num patamar menos elevado. "Se tivessem olhando unicamente para as contas externas, deixariam desvalorizar. Mas não é isso que estão fazendo, de olho na inflação", afirmou. Para Franco, a política fiscal "está solta", o que agrava o cenário inflacionário.

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