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Da Redação
Publicado em 5 de agosto de 2013 às 09h18.
Brasília - Dois anos depois da "faxina" ética que abateu o então ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR), o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, concluiu não haver provas de que o atual senador comandaria um esquema de corrupção na pasta, ao lado do deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP).
Às vésperas de deixar o cargo, Gurgel produziu um parecer que inocenta Nascimento e Costa Neto das denúncias.
Antecipado neste domingo, 04, pelo blog de João Bosco Rabello, no Portal do Estadão, o parecer aponta "ausência de indícios de envolvimento" de Nascimento e de Costa Neto nas irregularidades encontradas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Controladoria Geral da União (CGU) nas licitações e contratos do Ministério dos Transportes.
"Os diversos depoimentos colhidos pela autoridade policial nada esclareceram acerca das notícias de que dirigentes do Partido da República (PR) recebiam propina de empresas contratadas pela Valec e pelo Dnit", diz um trecho do parecer, assinado por Gurgel e pela subprocuradora da República Cláudia Sampaio.
A investigação foi aberta em outubro de 2011 pelo Ministério Público para apurar a suspeita de envolvimento de Nascimento - hoje presidente do PR - e de Costa Neto no esquema de desvio de dinheiro público nos Transportes. O parecer, agora, será remetido ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, relator do processo.
Costa Neto foi condenado pelo Supremo, no julgamento do mensalão, a sete anos e dez meses de prisão por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Ameaçado de perder o mandato na Câmara dos Deputados, ele agora aguarda o julgamento dos recursos impetrados por seus advogados contra a sentença do Supremo. A Corte começa a analisar os recursos no próximo dia 14.
Presidente do PR, o senador Nascimento, por sua vez, ainda responde a um inquérito no Supremo por suspeita de corrupção em atos relativos à sua gestão na Prefeitura de Manaus (1997-2004).
"Eu não sou lixo. O meu partido não é lixo para ser varrido da administração", disse ele da tribuna do Senado, em agosto de 2011, ao reclamar do comportamento de Dilma, que não lhe deu apoio.
A "faxina" ética deflagrada pelo governo começou com a queda do então chefe da Casa Civil, Antônio Palocci, derrubou Nascimento e outros cinco ministros. O PR chegou a anunciar a saída da base aliada do governo.
Em abril, na tentativa de conquistar o apoio do PR para sua campanha à reeleição, Dilma restituiu o comando do Ministério dos Transportes ao partido de Nascimento e Costa Neto, nomeando o ex-senador César Borges.