O procurador-geral da República, Roberto Gurgel: para o parlamentar, Gurgel deveria ter se manifestado tão logo recebesse o inquérito do MP do Estado de Goiás (José Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 22 de novembro de 2012 às 12h09.
Brasília - O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse há puco que o resultado do julgamento da Ação Penal 470, conhecida como mensalão, “não poderia ter sido melhor”. Para ele, a condenação dos acusados representa a “máxima” do direito penal do país. Ele voltou a defender, inclusive, que os réus sejam pressos assim que terminar o julgamento.
Após receber representação de um grupo de parlamentares contrários ao relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, Gurgel disse que a criação do colegiado tem ligação direta com o julgamento do mensalão. “Tudo que tem acontecido desde a criação da CPMI está relacionado ao mensalão”, disse ao admitir que tem recebido pressões de partidos aliados sobre esse posicionamento.
O procurador-geral acrescentou que haverá pressões contra ele mesmo depois do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal. “Sempre vai haver inconformados com o resultado do julgamento.”
No relatório final da CPMI, o deputado Odair Cunha (PT-MG) pede que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) investigue a conduta de Gurgel quando recebeu o relatório da Operação Vegas. Para o parlamentar, Gurgel deveria ter se manifestado tão logo recebesse o inquérito do Ministério Público do Estado de Goiás. Gurgel negou que, na ocasião, havia “fatos diminutos” que justificassem a investigação.