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Da Redação
Publicado em 21 de agosto de 2012 às 20h12.
Brasília - O procurador geral da República Roberto Gurgel declarou nesta terça que a prova contra o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) no esquema do mensalão "é mais que robusta, ela é contundente".
Nos autos da ação penal 470, Gurgel pede a condenação do ex-ministro por crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha. No último memorial que entregou aos onze ministros do STF, Gurgel elencou 11 depoimentos de testemunhas que indicam o envolvimento de Dirceu no mensalão. Mas não apontou documentos.
"Eu já havia destacado, em alegações finais e na minha sustentação oral, que em relação a José Dirceu e outros integrantes do núcleo político a prova é essencialmente testemunhal, como sempre ocorre nesse tipo de crime", assinalou Gurgel.
O procurador afirmou não ter dúvidas que o ex-ministro da Casa Civil era um homem muito influente. Ele fez o comentário ao ser indagado sobre reportagem publicada no final de semana pelo jornal O Estado de S. Paulo sobre as ligações do ex-ministro com o PT e assuntos do partido no período em que ele esteve na Casa Civil. "Sem dúvida nenhuma ele era uma pessoa de grande influência", afirmou.
Ele não admite que a prova baseada em testemunhos torna-se frágil. "De forma alguma, a prova testemunhal tem rigorosamente o mesmo valor das demais provas que o nosso Direito admite. E a prova, como eu tenho dito, ela é mais que robusta, ela é contundente."
Sobre o voto do relator, ministro Joaquim Barbosa, que condenou o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato por desvios de R$ 73 milhões, o procurador-geral foi enfático. "Temos que analisar cada aspecto e ali o que estava em jogo era esse desvio de recursos públicos via Banco do Brasil a partir dos contratos firmados com as empresas de Marcos Valério. Naquele momento era o que estava em jogo. O restante depende da análise de todo o conjunto do esquema criminoso."