Paulo Guedes: (Andre Coelho/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de novembro de 2022 às 17h20.
Na primeira fala pública após as eleições presidenciais, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira, 18, que o governo Jair Bolsonaro devolve o País com superávit primário pela primeira vez em 10 anos. Segundo ele, nos quatro anos de governo, o teto de gastos foi respeitado, a não ser em situações excepcionais.
"Teoria econômica aplicada funciona. Colocamos o Brasil no caminho da prosperidade. Comparado ao período anterior, onde não houve covid e guerra geopolítica, o desempenho da economia foi melhor conosco do que antes. Chegamos falando que o Estado brasileiro gasta muito e gasta mal. Cortamos privilégios com a reforma da Previdência", disse.
Guedes ainda declarou que o teto de gastos foi mal construído, apesar da filosofia original ser correta. Segundo ele, com o aumento de gastos nos últimos 30 anos, era necessário reduzir esse ritmo de expansão. Entretanto, ele criticou o fato de a norma não ter mecanismos para distribuição de recursos em momentos de bonança ou de crises.
Guedes afirmou que é ignorância e incapacidade técnica declarar que há um conflito entre responsabilidade fiscal e social. Segundo ele, o maior programa de responsabilidade social do Brasil foi criado pelo governo Jair Bolsonaro.
Segundo Guedes, o Auxílio Brasil tem orçamento de R$ 150 bilhões e o Bolsa Família tinha R$ 50 bilhões. "Fizemos um programa social três vezes maior", disse.
Guedes ainda questionou onde estavam os 30 milhões de brasileiros passando fome que não foram descobertos durante o governo do PT.
"Já ganhou a eleição? Cala a boca, vai trabalhar, vai construir um negócio melhor. Se fizer menos barulho, trabalhar um pouco mais com a cabeça e menos com a mentira, talvez possa ser bom governo", afirmou.
O ministro também criticou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que prevê tirar do teto de gastos as despesas com o Bolsa Família. Segundo ele, usar o espaço fiscal para financiar obras públicas é um erro.
"Fazer PEC sem fonte de financiamento para fazer obras? Já ouvi essa história", disse.
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