O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin: um texto chegou a ser preparado em 2011 por grupos ligados à defesa dos direitos humanos (Marcelo Camargo/ABr)
Da Redação
Publicado em 14 de agosto de 2013 às 09h43.
São Paulo - Grupos ligados à defesa dos direitos humanos entregaram nesta terça-feira ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) um documento em que pedem a instalação de uma política de combate à tortura no Estado. Um texto chegou a ser preparado em 2011 pelas próprias entidades, em parceria com Defensoria Pública e Secretaria Estadual da Justiça e Defesa da Cidadania, mas ainda não foi encaminhado à Assembleia Legislativa.
O pedido foi feito duas semanas após a sanção de uma lei federal que criou o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura. Na prática, a medida autoriza a criação de um comitê que tenha a liberdade para vistoriar qualquer local para apurar denúncias. O texto prevê que o grupo não precisa avisar as unidades previamente e que pode ir a presídios, centros de detenção provisórias (CDPs), quartéis, delegacias e hospitais psiquiátricos.
"A lei federal foi importante, mas o comitê sozinho não terá como vistoriar o País inteiro. Por isso, é importante que cada Estado tenha a sua legislação e sua fiscalização", afirma o coordenador de Sistemas de Justiça e Segurança Pública do Instituto Sou da Paz, uma das entidades envolvidas com a questão, Bruno Langeani.
Diretor adjunto da Conectas Direitos Humanos, Marcos Fuchs, acredita que a criação de uma política contra tortura deveria ser prioridade de qualquer governo. "Vivemos uma ditadura militar há poucos anos na qual a tortura era prática comum. Infelizmente, ela ainda continua sendo executada por alguns agentes públicos." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.