A reunião desta terça da CPI foi marcada pela polêmica em torno da escolha do deputado Carlos Marun (Paulo Whitaker/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de setembro de 2017 às 09h09.
Brasília - Recém-criada no Congresso, a CPI mista da JBS tem cerca de um terço de seus atuais integrantes financiados pela empresa, líder mundial de processamento de carnes. Ao todo, foram cerca de R$ 4 milhões doados para as campanhas que elegeram 15 parlamentares dos 49 que fazem parte do colegiado.
A comissão, que nesta terça-feira, 12, teve a sua primeira reunião de trabalho, ainda tem 19 vagas para serem preenchidas. A maior parte é do PMDB do Senado, que deve indicar os nomes apenas nesta quarta-feira, 13. Ao todo, dez dos 23 senadores da bancada peemedebista receberam doação da JBS durante suas campanhas.
A reunião desta terça da CPI foi marcada pela polêmica em torno da escolha do deputado Carlos Marun (PMDB-MS) como relator. Integrante da tropa de choque do presidente Michel Temer no Congresso, a indicação foi articulada pelo Planalto, que queria alguém alinhado ao governo no cargo.
Marun é um dos que receberam da JBS. Ao todo, foram R$ 103 mil doados para a campanha que o elegeu em 2014.
Questionado, o deputado disse não ver constrangimento em ser relator de uma CPI que tem como um dos objetivos investigar os termos do acordo de colaboração que a empresa firmou com o Ministério Público Federal.
A escolha provocou a saída de ao menos dois senadores do colegiado. Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e Otto Alencar (PSD-BA) desistiram de integrar a CPI mista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.