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Grupo decide se pede cassação de Renan após carnaval

Senadores avaliam que Renan Calheiros, eleito presidente do Senado, está fortalecido mesmo com indícios que justificam abertura de processo contra ele


	Renan Calheiros, presidente do Senado, obteve 56 votos, contra 18 do senador Pedro Taques
 (Wikimedia Commons)

Renan Calheiros, presidente do Senado, obteve 56 votos, contra 18 do senador Pedro Taques (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 8 de fevereiro de 2013 às 12h16.

Brasília - Senadores do grupo dos independentes vão decidir apenas após o carnaval se vão entrar com uma representação no Conselho de Ética para pedir a cassação do presidente eleito, Renan Calheiros (PMDB-AL). A avaliação do grupo é de que Renan, mesmo havendo indícios para pedir a abertura de um processo por quebra de decoro parlamentar, saiu fortalecido. O peemedebista obteve 56 votos e o senador Pedro Taques (PDT-MT), lançado pelo grupo dos independentes, conseguiu um resultado aquém do esperado, tendo apenas 18 votos.

"Nós achávamos que poderíamos ter tido de 23 a 25 votos", admitiu o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). O parlamentar afirmou que pretende reunir o grupo dos independentes após a folia carnavalesca para tomar uma posição conjunta. O senador do PSOL disse que embora haja indícios de quebra de decoro, uma decisão de pedir a abertura de processo no conselho tem de ser bem avaliada.

Randolfe Rodrigues disse que pretende pedir ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, a íntegra da denúncia criminal apresentada na sexta-feira passada (25) contra Renan Calheiros. A ideia é ter o mesmo procedimento adotado em relação ao senador cassado Demóstenes Torres (sem partido-GO). Os senadores conseguiram ter acesso ao inquérito contra o ex-parlamentar que corria sob segredo no Supremo Tribunal Federal.

A acusação, sigilosa e divulgada pelo site da revista Época, revela que Renan cometeu os crimes de peculato (desvio de dinheiro público), uso de documento falso e falsidade ideológica. De acordo com a Procuradoria, o peemedebista não tinha patrimônio suficiente para justificar os gastos com despesas pessoais decorrentes de uma filha tida em um relacionamento extraconjugal. Na época do escândalo, em 2007, Renan foi acusado de ter esses gastos bancados por lobista de uma empreiteira.

Na ocasião, o parlamentar apresentou notas fiscais para comprovar que o dinheiro obtido com venda de gado bancou os gastos extraconjugais do senador. A Procuradoria-Geral da República considerou, no entanto, que as notas eram "frias". Questionado antes da eleição pela Agência Estado, Calheiros não quis falar sobre divulgação do conteúdo da denúncia criminal. "Estou confiante (sobre a vitória). Não vi a reportagem", afirmou.

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