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Grupo de 230 investidores internacionais pede "ação urgente" na Amazônia

Ao todo, há investidores de mais de 30 países assinando documento que pede "ação urgente" para conter os "incêndios devastadores" na Amazônia

Queimadas na Amazônia: investidores pedem ação urgente (UniversalImagesGroup / Colaborador/Getty Images)

Queimadas na Amazônia: investidores pedem ação urgente (UniversalImagesGroup / Colaborador/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de setembro de 2019 às 19h08.

Um grupo de 230 investidores institucionais internacionais, com ativos sob gestão de US$ 16,2 trilhões, pediu em carta publicada nesta quarta-feira, 18, "ação urgente" para conter os "incêndios devastadores" na Amazônia, com as queimadas em crescimento por causa do desmatamento em "taxa alarmante" no Brasil e na Bolívia.

Entre as companhias que assinam o documento, de 20 páginas, estão nomes como HSBC Asset Management, o grupo francês BNP Paribas, o grupo japonês Mitsubishi UFJ Trust e entidades brasileiras, como a SulAmérica Investimentos. Ao todo, há investidores de mais de 30 países assinando o documento, que foi divulgado hoje pela Organização não-governamental (ONG) americana Ceres e pelo Principles for Responsible Investment (PRI).

 

"Estamos preocupados que empresas expostas ao potencial desmatamento em suas operações no Brasil e em suas cadeias de suprimento vão enfrentar dificuldades crescentes de acessar os mercados internacionais", observa o comunicado. O texto pede ação das companhias e mostra temor com os impactos financeiros dos desmatamentos nas empresas em que estes investidores aportam recursos e podem estar expostas a riscos de reputação, operacionais e regulatórios dentro de suas operações e cadeias produtivas.

O documento pede que as companhias divulguem e implementem publicamente uma política de não desmatamento, com compromissos quantificáveis e prazo determinado, cobrindo toda a cadeia de suprimentos; avaliem operações e cadeias de suprimentos quanto ao risco de desmatamento e reduzam esse risco ao nível mais baixo possível; estabeleçam um sistema transparente de monitoramento e verificação para conformidade do fornecedor com a política de não desmatamento; publiquem relatórios anuais sobre exposição e manejo de riscos de desmatamento.

"É com profunda preocupação que acompanhamos a crescente crise de desmatamento e incêndios florestais no Brasil e na Bolívia", afirma o comunicado dos investidores. "Como investidores, que têm o dever fiduciário de agir no melhor interesse de longo prazo de nossos beneficiários, reconhecemos o papel crucial que as florestas tropicais desempenham no combate às mudanças climáticas, protegendo a biodiversidade e assegurando serviços ecossistêmicos."

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