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Greves devem atrasar entrega do Maracanã à Fifa, diz sindicato

Obras podem não ser entregues a tempo para a Copa das Confederações em 2013

Já é a segunda greve na obra em menos de um mês (Ricardo Moraes/Reuters)

Já é a segunda greve na obra em menos de um mês (Ricardo Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2011 às 14h22.

Rio de Janeiro - A greve dos operários que trabalham nas obras do Maracanã pode comprometer o prazo de entrega do estádio à Fifa para a Copa das Confederações em 2013, alertou o sindicato que representa os trabalhadores nesta terça-feira.

Os operários decidiram nesta terça-feira manter a paralisação iniciada na última quinta-feira, a segunda greve na obra em menos de um mês. Como na quarta-feira é feriado nacional, o canteiro de obras ficará parado ao menos até quinta, quando haverá uma nova assembleia dos trabalhadores na porta do estádio.

"O prazo de entrega está ameaçado com certeza. Ainda não terminou nem a fase de demolição e tem alguns pontos em que o trabalho é quase artesanal e exige muito tempo e cuidado", disse à Reuters por telefone o presidente do sindicato da construção pesada do Rio de Janeiro, Nilson Duarte.

"Eles vão ter que contratar muito mais gente para tentar recuperar o tempo perdido", disse.

A Emop, empresa de obras públicas do Estado do Rio de Janeiro e responsável pela da obra, reconheceu o impacto que a greve pode ter no prazo de entrega da reforma do estádio.

"O compromisso com a Fifa é dezembro de 2012 e a Copa das Confederações acontece seis meses depois. Com certeza a greve prejudica sim, mas temos fôlego e com certeza podemos usar os primeiros meses de 2013", disse à Reuters um funcionário da Emop sob condição de anonimato.

Procurado, o consórcio formado pelas construtoras Andrade Gutierrez, Delta e Odebrecht afirmou que ainda está fazendo cálculos mais precisos sobre as consequências dos quase 15 dias de paralisação no andamento das obras, orçadas em cerca de 860 milhões de reais.

O secretário estadual de obras e vice-governador do Estado, Luiz Fernando Pezão, evitou ser taxativo sobre os riscos de atraso na entrega da obra.

"As empresas são grandes, têm capacidade de resposta e acho que as negociações vão chegar a bom termo. Há uma exploração disso e vamos ver como vai ficar", afirmou ele por telefone.

Os operários reivindicam melhores condições de alimentação no canteiro de obras, presença permanente de administradores e médicos, aumento do valor da cesta básica, inclusão de parentes no plano de saúde, entre outras.

Uma audiência de conciliação aconteceu na segunda feira na Justiça do Trabalho do Rio, mas não houve acordo entre as partes. As empresas responsáveis consideram a greve abusiva.

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