Soldados de tropas federais entram em ação para previnir roubos durante greve de policiais militares nesta quinta-feira, em Salvador (Valter Pontes/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de abril de 2014 às 20h26.
Salvador - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), estavam reunidos para discutir estratégias de atuação dos integrantes da Força Nacional de Segurança e do Exército enviados à Bahia para fazer o policiamento durante a greve da PM, quando foram informados que o movimento havia sido encerrado. Na saída do encontro, porém, os dois não festejaram o fim da greve.
Cardozo disse que a greve da PM no Estado foi "uma clara violação do texto constitucional" e que o governo federal está preparado para auxiliar os Estados em casos semelhantes. "Temos vários direitos constitucionais, um deles é o de segurança pública, e para garantir esses direitos a Constituição coloca certos limites a ação de agentes", explicou. "No caso da Bahia, houve uma clara violação do texto constitucional. Não é possível que nós tenhamos interesses corporativos colocados acima do interesse da sociedade, que reivindicações sejam feitas espalhando pânico e terror."
De acordo com Cardozo, a rapidez no envio das tropas federais à Bahia foi uma demonstração da capacidade do governo federal de reagir a situações semelhantes. "O governo federal tem a missão de defender a Constituição e o estado democrático de direito", disse. "Se houver uma tentativa de violação dos direitos da população, nós atuaremos", finalizou.
"A notícia nos tranquiliza muito, mas não podemos comemorar, porque ficam os traumas desses dois dias de greve", resumiu o governador Wagner. De acordo com ele, ficou combinado com o ministro que as tropas federais seguem na Bahia pelo menos até o início da próxima semana. "Nosso planejamento não se encerra aqui, temos um feriado pela frente e vamos manter a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para uma reavaliação, até ter a certeza de que a normalidade foi reconquistada."