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Greve impede divulgação de dados do desemprego pelo 2º mês

Divulgação completa de dados do desemprego no país foi prejudicada pela paralisação dos funcionários do Instituto


	Manifestação dos funcionários do IBGE: greve impediu a divulgação completa de dados sobre desemprego no Brasil
 (Tânia Rego/Agência Brasil)

Manifestação dos funcionários do IBGE: greve impediu a divulgação completa de dados sobre desemprego no Brasil (Tânia Rego/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2014 às 12h47.

Rio de Janeiro - A greve dos funcionários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que já dura cerca de dois meses, impediu a coleta regular de dados nas regiões metropolitanas de Salvador e Porto Alegre e impediu o instituto de divulgar a taxa média de desemprego em junho, pelo segundo mês consecutivo. Com a paralisação, foram disponibilizados apenas os dados das regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Recife, de São Paulo e Belo Horizonte.

Excepcionalmente, segundo o IBGE, a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) de junho foi prejudicada pelo atraso nas etapas de coleta, apuração, crítica, análise e avaliação da qualidade dos dados coletados em sua totalidade. “Posteriormente, em data ainda não definida, está prevista a divulgação dos dados completos do mês de junho incluindo as regiões metropolitanas de Salvador e Porto Alegre”, esclarece o Instituto.

Pelos dados da PME coletados regionalmente, em junho, a taxa de desocupação (proporção de pessoas desocupadas em relação à população economicamente ativa) ficou estável em relação ao mês anterior em Belo Horizonte, no Rio de Janeiro e em São Paulo, e apresentou queda de 1 ponto percentual no Recife. Em relação a junho de 2013, a taxa caiu 1,5 ponto percentual em São Paulo e 2,1 ponto percentual no Rio de Janeiro, mantendo-se estável em Recife e Belo Horizonte.

Já o contingente de desocupados (pessoas sem trabalho que estão tentando se inserir no mercado) manteve-se estável em todas as regiões na comparação com o mês de maio deste ano. No confronto com junho de 2013, caiu 24,3% em São Paulo e 40,3% no Rio de Janeiro, mantendo estabilidade em Recife e Belo Horizonte.

Os números do IBGE indicam que o emprego privado com carteira assinada manteve-se estável nas quatro regiões, tanto na comparação com o mês anterior quanto com junho de 2013, o mesmo acontecendo em relação aos empregados sem carteira assinada no setor privado, na comparação mensal, nas quatro regiões.

Quando a comparação se dá com junho do ano passado, no entanto, São Paulo registrou queda de 17,7% e as demais regiões registraram estabilidade.

Na classificação por grupamentos de atividade, em junho de 2014, a indústria em São Paulo apresentou queda de 4,1% na comparação com o mês anterior e de 5,9% em relação a junho de 2013. Já o grupamento outros serviços apresentou crescimento na comparação com o mês anterior no Recife (12,3%) e em relação a junho de 2013 em Belo Horizonte (9,8%) e em Recife (12,7%).

No Rio de Janeiro houve queda no setor de serviços prestados às empresas (-7,8%) na comparação com junho de 2013. Todas as demais comparações com o mês anterior e com o mesmo mês do ano passado apresentaram estabilidade no estado.

A pesquisa indica, ainda, que o rendimento médio real caiu nas quatro regiões metropolitanas divulgadas. De maio para junho, a queda foi 1% no Recife; 2,2% em Belo Horizonte; 0,5% no Rio de Janeiro; e - 1,6% em São Paulo. Já na comparação com junho do ano passado o rendimento médio real subiu no Recife (3,9%), Rio de Janeiro (6,5%) e em São Paulo (0,6%), mantendo estabilidade em Belo Horizonte.

Realizada nas principais regiões metropolitanas do país, a Pesquisa Mensal de Emprego produz indicadores mensais sobre a força de trabalho que permitem, segundo o IBGE, “avaliar as flutuações e a tendência, a médio e a longo prazos, do mercado de trabalho, nas suas áreas de abrangência, constituindo um indicativo ágil dos efeitos da conjuntura econômica sobre esse mercado, além de atender a outras necessidades importantes para o planejamento socioeconômico do País”.

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