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Greve em portos entra no 2º dia; Congresso retoma debate

A greve começou de forma inesperada ao meio-dia de terça-feira nos principais portos do sudeste do Brasil, em Santos, Paranaguá e Rio de Janeiro


	A greve afetou a movimentação dos navios em Santos, com 14 das 35 embarcações nos ancoradouros não realizando carregamentos por conta da paralisação
 (Germano Lüders/EXAME.com)

A greve afetou a movimentação dos navios em Santos, com 14 das 35 embarcações nos ancoradouros não realizando carregamentos por conta da paralisação (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2013 às 16h32.

São Paulo - Trabalhadores dos portos brasileiros de Santos e do Rio de Janeiro entraram no segundo dia de greve para protestar contra a medida provisória que pode abrir os terminais para novos investimentos do setor privado.

A greve começou de forma inesperada ao meio-dia de terça-feira nos principais portos do sudeste do Brasil, em Santos, Paranaguá e Rio de Janeiro. O Sindicato Nacional dos Estivadores disse nesta quarta-feira, no entanto, que a greve em Paranaguá havia terminado.

"A greve vai continuar em Santos, e esperamos que ela se espalhe para outros portos no Nordeste do Brasil", disse o presidente do Sindicato dos Estivadores de Santos, Rodnei da Silva.

A greve afetou a movimentação dos navios em Santos, com 14 das 35 embarcações nos ancoradouros não realizando carregamentos por conta da greve, segundo um porta-voz do porto, Alexandre Soares.

A agência marítima Williams disse que a greve não afetou o carregamento de açúcar bruto a granel no porto, mas desacelerou o carregamento de açúcar ensacado por causa da falta de estivadores.

Normalmente, cargas a granel como soja e milho são menos afetadas por greves de trabalhadores, pois exigem menos pessoal. A circulação de produtos em contêineres, como café, açúcar ensacado e carnes são mais vulneráveis às greves.

Autoridades do Porto de Paranaguá afirmaram que o movimento estava voltando ao normal após a greve desacelerar as operações nesta terça-feira.

O Brasil está no meio de exportação de uma safra recorde de soja, enquanto lavouras de café e açúcar devem chegar aos portos sobrecarregados em semanas. Mesmo uma paralisação de um dia aumentaria as já longas filas de navios, e acumularia dezenas de milhares de dólares em custos pelos navios ociosos.

Os trabalhadores portuários temem que o projeto de reforma discutido no Congresso não proteja suficientemente os direitos da categoria, uma vez que permitiria potenciais novos investidores nos terminais, que poderiam realizar a contratação de trabalho não sindicalizado, disse Rodnei da Silva.


A Câmara dos Deputados iniciou nesta quarta-feira uma nova sessão para votar a chamada MP dos Portos, após a aprovação do texto-base da matéria e o início da análise dos destaques em uma sessão com quase 16 horas de duração encerrada pouca antes das 5h da madrugada desta quarta.

O projeto pode atrair bilhões de dólares em novos investimentos e reduzir o "custo Brasil" de fazer negócios no país.

Os terminais portuários brasileiros cobram alguns dos preços mais altos do mundo para transportar mercadorias. Parte do alto custo decorre de contratos trabalhistas, mas a burocracia, os impostos e falta de concorrência entre os terminais também são culpados.

Se aprovado nesta quarta-feira, o texto será encaminhado ao Senado para votação.

A presidente Dilma Rousseff deu alta prioridade ao projeto, em seu esforço para melhorar a infraestrutura do país, que se tornou um entrave ao crescimento econômico.

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