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Greve dos garis no Rio entra no quinto dia

Montanhas de lixo acumulado, que inicialmente eram vistas principalmente no Centro, já se espalharam para as zonas sul, oeste e norte


	Acúmulo de lixo devido a greve de garis no Rio de Janeiro: grevistas calculam que a adesão à paralisação é de cerca de 70% dos profissionais
 (Tania Rego/Agência Brasil/Agência Brasil)

Acúmulo de lixo devido a greve de garis no Rio de Janeiro: grevistas calculam que a adesão à paralisação é de cerca de 70% dos profissionais (Tania Rego/Agência Brasil/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 5 de março de 2014 às 13h47.

Rio - A greve dos garis da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), da Prefeitura do Rio de Janeiro, entrou nesta quarta-feira de Cinzas, 5, em seu quinto dia. Com isso, as montanhas de lixo acumulado, que inicialmente eram vistas principalmente no Centro, já se espalharam para as zonas sul, oeste e norte.

A greve dos profissionais de limpeza virou caso de polícia esta manhã em Campo Grande, na zona oeste. Um grupo que estava trabalhando foi à 35ª Delegacia de Polícia (Campo Grande) para denunciar que estava sendo ameaçado por grevistas. Um gerente da Comlurb foi agredido.

Outro caso de confusão entre grevistas e não grevistas ocorreu no Aterro do Flamengo, na zona sul. Cerca de 20 garis que trabalhavam na altura do Monumento aos Pracinhas foram hostilizados e xingados de "traidores" por cerca de 50 grevistas. Com medo, quem estava trabalhando entrou numa van da Comlurb e deixou o local.

Em nota divulgada nesta quarta-feira, a Comlurb informou que o desembargador José da Fonseca Martins Junior, do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, determinou "que um oficial de justiça faça diligências nas gerências de operação da Comlurb para garantir o acesso e a segurança dos trabalhadores que desejam retornar ao trabalho e, se preciso for, acompanhado de força policial. A decisão da justiça baseia-se nos casos de agressões relatados por profissionais".

O mandado judicial também dobra a multa diária de R$ 25 mil para R$ 50 mil que o Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio de Janeiro terá que pagar em caso de não retorno ao trabalho. Na manhã de sábado, 1º, horas após o início da greve, a desembargadora plantonista Rosana Salim Villela Travesedo já havia determinado a suspensão da paralisação e determinado o retorno imediato dos empregados aos postos de trabalho.

Na tarde desta quarta, os garis grevistas realizarão um protesto em frente à sede da Comlurb, na Tijuca. Eles pretendem ser recebidos pelo presidente da empresa, Vinicius Roriz.


Hoje pela manhã, um grupo de garis fazia a limpeza da pista lateral sentido Centro da Avenida Presidente Vargas, no trecho entre a Rua Uruguaiana e a Avenida Rio Branco. O local estava sem limpeza desde sábado. No entanto, outros locais do Centro, como o Largo da Carioca e a Lapa, permanecem imundos.

Na zona sul, havia muito lixo no Aterro do Flamengo e em Ipanema (nas areias, no calçadão e na Avenida Vieira Souto, um dos mais sofisticados endereços da cidade). Em Copacabana, o lixo depositado nos últimos dias nas calçadas por moradores do bairro não foi recolhido pela Comlurb, mas os dejetos estavam amontoados nas esquinas. As ruas e calçadas estavam limpas.

O mesmo era verificado em vários bairros da zona norte, como Vila Isabel, Grajaú e Maracanã.

Já na Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá, via expressa que corta diversas favelas e liga as zonas oeste e norte, havia diversas montanhas de lixo. Os recipientes de lixo doméstico estavam lotados, e os moradores passaram a depositar os resíduos na pista.

Na zona oeste, a situação era crítica na Favela Cidade de Deus, em Jacarepaguá. Sem coleta, o lixo está acumulado nas calçadas, impedindo a passagem de pedestres.

A Comlurb iniciou nessa terça-feira, 4, o processo de demissão de cerca de 300 garis que não retornaram ao trabalho para o turno das 19h de segunda-feira, 3, após o acordo celebrado entre a empresa e o Sindicato dos Empregados das Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio para pôr fim à paralisação. Quem retornou ao trabalho terá os dias parados abonados, segundo a Comlurb, que possui cerca de 15 mil garis.

Por outro lado, os grevistas calculam que a adesão à paralisação é de cerca de 70% dos profissionais. Eles dizem que a proposta da Comlurb (que desta vez foi aceita pelo Sindicato) já havia sido rejeitada anteriormente pelos trabalhadores. Os grevistas dizem que não se sentem representados pelo Sindicato.

Pelo acordo coletivo anunciado na segunda-feira, os garis terão 9% de aumento salarial (o piso passará para R$ 874,79), mais 40% de adicional de insalubridade. Segundo a Comlurb, com isso, o vencimento inicial passará a ser de R$ 1.224,70. Além do aumento salarial, o acordo garantiu mais 1,68% dentro do Plano de Cargos, Carreiras e Salários, com progressão horizontal.

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