Greve do metrô: diante da dificuldade para chegar ao trabalho, a preocupação já é com a volta para casa (Luiza Calegari/Site Exame)
Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de janeiro de 2018 às 09h26.
São Paulo - Alguns funcionários do Metrô estão nas plataformas orientando passageiros que precisam ir às estações Corinthians-Itaquera e Barra Funda, da Linha 3-Vermelha, a usar os trens da CPTM como alternativa.
Moradora da Mooca, na região leste da capital, a balconista Doraci Roque Barbosa, de 27 anos, trabalha próximo à estação Barra Funda do Metrô, na zona oeste, mas os trens da Linha 3 estão parando na estação anterior, Marechal Deodoro.
Ela entra no serviço às 6h, mas, ao acordar, soube da greve pela televisão e comunicou ao patrão. "Ele disse que se eu chegar às 8 horas, no máximo 8h30, está bom", disse. Ao falar, Doraci olhou o relógio: já eram 7h40 e ela ainda está na estação Bresser-Mooca.
"Estou esperando que liberem a circulação até a Barra Funda. Será que bão liberar?", perguntou à reportagem. A alternativa da balconista é ir até a estação Brás e pegar o trem. Mas ela teme que a linha da CPTM esteja "caótica".
Normalmente, para chegar até a estação Bresser-Mooca, Doraci pega um ônibus. Diante da demora para passar um coletivo, ela disse ter imaginado que os motoristas de ônibus também estivessem paralisados. Por isso, a balconista teve que caminhar por 50 minutos de casa até a estação.
Diante da dificuldade para chegar ao trabalho, a preocupação dela já é com a volta para casa. "Como vou entrar mais de duas horas depois hoje, que horas vou sair do serviço? Normalmente saio às 16h30. Mas hoje vou chegar em casa só à noite", lamentou. "A passagem aumentou para R$ 4, mas o transporte não melhora, né?", queixa-se a passageira.