Estação da Luz, em São Paulo: governo quer conceder todas as linhas da CPTM (NurPhoto/Getty Images)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 21 de março de 2025 às 13h44.
Última atualização em 21 de março de 2025 às 14h29.
O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil (STEFZCB) aprovou na noite da última quinta-feira, 20, uma greve a partir de 26 de março contra a privatização de três linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
A paralisação é uma resposta ao leilão das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM, previsto para o dia 28 de março na sede da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo.
Segundo o sindicato, a greve terá início à 0h da próxima quarta-feira, 26, e vai atingir apenas os trechos operados por funcionários ligados ao STEFZCB. A paralisação deve interromper os serviços das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade, que compõem o chamado “Lote Alto Tietê”.
Além da paralisação, a categoria anunciou a criação de uma comissão de negociação e a realização de um ato público no dia 25, às 9h, em frente à sede da B3. A entidade sindical afirmou que a greve não será encerrada caso ocorram demissões, e só será suspensa com garantia formal do cancelamento do leilão.
“Greve até o cancelamento do leilão: só paramos com garantia por escrito de Tarcísio Freitas de que o leilão foi cancelado”, afirmou o sindicato em nota.
O Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, que representa os trabalhadores da linha 7-Rubi — já concedida à iniciativa privada, mas ainda em fase de transição — e da linha 10-Turquesa, que deve ir a leilão até o fim do ano, ainda não se posicionou sobre eventual adesão ao movimento grevista.
A gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) estima que a concessão à iniciativa privada resultará em R$ 14,3 bilhões em investimentos nas três linhas ao longo dos 25 anos de contrato. O leilão deve aproximar o estado de ter todas as linhas da CPTM concedidas à iniciativa privada. Ferroviários, movimentos sociais e parte da oposição ao governo estadual apontam risco de precarização dos serviços e perda de postos de trabalho.