Índios protestam em Brasília: protesto é contra projeto de lei que propõe a alteração das normas que regem a demarcação de territórios das comunidades nativas (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 1 de outubro de 2013 às 12h55.
Brasília - Um grupo de ativistas do Greenpeace uniu-se nesta terça-feira aos protestos convocados por indígenas de Brasília e içou um estandarte com o rosto de um nativo em um mastro situado na frente do Palácio do Planalto.
Enquanto os ativistas içavam o estandarte, justo debaixo da bandeira nacional, cerca de 20 indígenas da etnia Pataxó realizaram danças tribais e mostraram cartazes com frases contra um projeto de lei que tramita no Congresso e propõe a alteração das normas que regem a demarcação de territórios das comunidades nativas.
O projeto que gerou os protestas está em tramitação desde 2009 na Câmara dos Deputados e, após 12 anos quase arquivado, foi desempoeirado no ano passado e aprovado já em várias comissões.
O ponto mais polêmico do texto propõe que a competência, sobretudo relacionada com a criação e demarcação de novas terras indígenas, que corresponde atualmente ao Poder Executivo, passe para o Parlamento.
Os manifestantes se opõem e afirmam que essa modificação daria mais poder aos latifundiários e empresas mineiras, madeireiras e de outras áreas que operam sobretudo na Amazônia, onde se situa a maior parte das reservas indígenas do país.
As mobilizações convocadas para hoje em Brasília, nas quais espera-se a participação de centenas de indígenas, são as primeiras de uma série de protestos que serão realizados nesta semana em várias cidades do país.
Segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), que convocou os atos, nesta quarta-feira ocorrerão protestos similares em São Paulo e nos próximos dias haverá mobilizações em Belém e outras cidades do país.
Em Brasília, os indígenas pediram para hoje uma audiência com as autoridades do Congresso a fim de mostra a rejeição ao polêmico projeto de lei, que foi proposto por membros da chamada Frente Parlamentar de Agropecuária, integrada por legisladores vinculados a poderosas empresas do setor.