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Da Redação
Publicado em 22 de dezembro de 2014 às 21h33.
São Paulo - A presidente da Petrobras, Graça Foster, desmentiu, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, as acusações de Venina Velosa da Fonseca, ex-gerente-executiva da Diretoria de Abastecimento da estatal.
Venina afirmou, ontem, que havia denunciado as irregularidades na Petrobras pessoalmente a Graça Foster. Graça disse que recebeu alguns emails de Venina sobre assuntos variados e que num deles, “longo e emocionado”, havia 4 linhas que faziam referência a anormalidades em atividades da Petrobras. Mas foram “comentários que me pareceram bastante cifrados”, disse Graça.
“Ela não fez nenhuma denúncia. Aquele email não foi uma denúncia (...). Conversamos sobre vários desafios e ela não fez nenhuma denúncia pessoalmente”, disse a presidente da Petrobras.
“Em nenhum momento Venina foi clara (...). Em nenhum momento ela falou em corrupção, fraude, conluio ou cartel. São palavras muito simples de serem entendidas”, completou Graça.
Venina também acusou a diretoria da Petrobras de mandá-la para Singapura como uma maneira de se livrar dela. Graça disse que Venina foi transferida para Singapura duas vezes. A primeira foi após uma briga com o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
“Ela e Paulo Roberto brigaram, não sei por quê, e ela foi fazer pós-graduação ou mestrado em Singapura. [foi uma] decisão dele e dela”, disse a presidente da estatal. A segunda vez teria sido, segundo Graça, após um pedido da própria Venina.
Quanto ao afastamento da ex-gerente-executiva, Graça disse que “ela era uma boa funcionária (...). Mas todos os diretores que não agiram em conformidade com a empresa foram afastados”.
A presidente não esclareceu o que seria uma “não-conformidade”, dizendo apenas que procedimentos da Petrobras não foram respeitados no caso.
Ao final da entrevista, Graça Foster ainda fez um apelo aos funcionários da estatal, diante das denúncias de corrupção deflagradas pela Operação Lava Jato, que revelou irregularidades em licitações e pagamento de propina a empreiteiras e partidos políticos.
Graça pediu aos funcionários que enfrentem “essa situação com retidão, determinação, e usem a ouvidoria, a auditoria, da Petrobras”.