Graça Foster: executiva admitiu que Petrobras falhou na preparação do projeto e que, atualmente, estatal tem trabalhado para elaborar projetos de com “um nível de maturidade adequado” (Antônio Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 15 de abril de 2014 às 17h32.
Brasília - A presidente da Petrobras, Graça Foster, disse que “não há justificativa” para o sobrepreço constatado nas obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). A executiva admitiu que a Petrobras falhou na preparação do projeto e que, atualmente, a estatal tem trabalhado para elaborar projetos de com “um nível de maturidade adequado”.
Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), o valor gasto pela Petrobras para construção do complexo deve ser cinco vezes superior ao previsto. Além disso, as obras do Comperj devem ser concluídas em 2021, dez anos após o prazo inicial.
“Não há justificativa [para o sobrepreço]. Temos trabalhado muito depois do Comperj para ir para a rua com projetos que tenham um nível de maturidade adequado. Quando a minha equipe vai para a rua contratar e não tem a maturidade do projeto, o outro lado, que é o contratado, começa com sobrepreços. Então, estão corretas todas as suas observações no sentido de que a Petrobras deve ir para o mercado, sim, com uma melhor proposta, com uma proposta firme, para que se evite tanto sobrepreço”, disse Foster.
Segundo o TCU, inicialmente, a obra foi estimada em US$ 6,1 bilhões, mas deve chegar a US$ 30,5 bilhões. A Petrobras assegura que, em 2010, foram investidos US$ 8 bilhões, e atualmente a previsão é que a obra custe US$ 13,5 bilhões. A elevação é explicada pela companhia por questões relativas a licenciamento ambiental, greves e processos de desapropriação para implantação do acesso de equipamentos especiais.
Em sete horas de audiência no Senado, a presidente da Petrobras respondeu a perguntas de senadores da oposição e da base aliada sobre denúncias de irregularidades envolvendo a estatal. Em resposta ao senador Pedro Taques (PDT-MT), Graça Foster rechaçou que a Petrobras seja uma “quitanda”. Segundo ela, a companhia dialoga constantemente com os órgão de controle para minimizar prejuízos aos cofres da empresa.