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Fomos surpreendidos em março com a Lava Jato, diz Graça

CEO disse que os episódios de corrupção pegaram de surpresa os executivos da diretoria da empresa


	Graça Foster: "fomos surpreendidos com o dia 20 de março de 2014, quando tivemos notícia pela primeira vez da Operação Lava Jato", disse
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Graça Foster: "fomos surpreendidos com o dia 20 de março de 2014, quando tivemos notícia pela primeira vez da Operação Lava Jato", disse (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2014 às 13h44.

Rio - A presidente da Petrobras, Graça Foster, afirmou nesta segunda-feira, 17, que os episódios de corrupção na estatal trazidos à tona pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, pegaram de surpresa os executivos da diretoria da empresa.

"Passamos, sim, um momento difícil. Fomos surpreendidos com o dia 20 de março de 2014, quando tivemos notícia pela primeira vez da Operação Lava Jato", disse a executiva ao ser questionada sobre o conhecimento prévio de problemas na empresa.

Questionada sobre como a Petrobras pretende recuperar a confiança do investidor, Graça voltou a destacar os procedimentos internos de investigação em curso e a proposta de criação de uma diretoria de compliance e governança corporativa.

Penalização

Graça descartou qualquer medida imediata de penalização de eventuais responsáveis de atos de corrupção na empresa. Segundo a presidente, é preciso tempo para avaliar os indícios de crime e também as responsabilidades, e que por isso a penalização não ocorre com o fim das auditorias internas.

"Terminou, mas não se pode esperar imediatamente os desdobramentos. Tem um tempo. Não se encerra uma comissão hoje e amanhã já começa qualquer tipo de penalização, se necessário for", afirmou Graça Foster, durante entrevista coletiva após a apresentação de resultados.

Segundo Graça, após o término das apurações internas há um processo de avaliação das diretorias envolvidas sobre os indícios encontrados. Além disso, os relatórios são encaminhados para escritórios de advocacia para confirmar se há crime.

"Concluído o relatório, a primeira atuação que existe é do diretor avaliar a não conformidade. Numa mesma não conformidade existem graus de responsabilidade muito diferentes. Nós fazemos sempre uma conversa apropriada com a área jurídica e, quando há sinais que possa ter ocorrido crime, nós fazemos uma consulta a escritórios criminalistas para confirmar. Aí, encaminhamos o relatório ao Ministério Público", afirmou Graça Foster.

Clima tenso

A presidente da Petrobras afirmou também que o clima é tenso dentro da empresa, por causa das investigações de casos de corrupção na Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

"Essa é uma situação diferente, nova, dentro da Petrobras. Para nós, faz com que saiamos do estado natural. Ao mesmo tempo estimula a buscar todos os instrumentos de governança. O clima fica tenso, mas temos o dever de buscar mais recursos para que não aconteça de novo", afirmou Graça.

A presidente da empresa disse ainda que não quer ser surpreendida outra vez. Ela negou, contudo, que as denúncias estejam atrapalhando os trabalhos dentro da empresa.

"Se tivéssemos a empresa parada não teríamos batido os recordes de produção que batemos. Esta empresa não parou", disse Graça.

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