Vista aérea da lama de barragens da Samarco: a intenção, segundo uma fonte do Planalto, é unificar a reparação de danos em uma ação única para torná-la mais forte (Ricardo Moraes/Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de novembro de 2015 às 20h34.
Brasíla- Os governos federal e dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo vão entrar com uma ação conjunta contra as empresas Vale e BHP para que assumam todos os custos da reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem da mineradora Samarco, no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG).
A intenção, segundo uma fonte do Planalto, é unificar a reparação de danos em uma ação única para torná-la mais forte.
A decisão foi tomada nesta quinta-feira em uma reunião do comitê de resposta ao desastre de Mariana e será tratada na sexta-feira durante encontro entre os governadores Paulo Hartung, do Espírito Santo, e Fernando Pimentel, de Minas Gerais, e a presidente Dilma Rousseff.
A ação deverá ser impetrada pela Advocacia-Geral da União com coautoria das promotorias estaduais.
O rompimento da barragem em 5 de novembro da mineradora Samarco, joint venture formada pela anglo-australiana BHP Billiton e pela Vale, deixou ao menos 13 mortos e derramou uma lama espessa que atingiu rios, cidades e chegou ao mar no Espírito Santo.
Segundo testes realizados pelo Instituto de Gestão das Águas de Minas Gerais (Igam), níveis inaceitáveis de arsênio e mercúrio atingiram o Rio Doce nos dias após o rompimento da barragem, que causou o pior desastre ambiental já registrado na história do Brasil.
No total, o Igam encontrou níveis inaceitáveis de arsênio em um ou mais dias entre 7 de novembro e 12 de novembro, em sete trechos do Rio Doce, que se estende por 800 quilômetros de Minas Gerais ao Espírito Santo desaguando na costa.
O governo ainda não tem um levantamento total dos custos para recuperação da área atingida pelos rejeitos da barragem, mas o levantamento está sendo preparado pelos governos estaduais e federal e deve ser finalizado para embasar a ação.