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Da Redação
Publicado em 17 de fevereiro de 2011 às 10h03.
São Paulo - As 24 maiores cidades brasileiras receberão R$ 18 bilhões em investimentos via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para melhorar a infraestrutura do transporte público, segundo anúncio do Ministério do Planejamento feito nesta quarta-feira (16). Do total a ser investido, R$ 6 bilhões virão dos cofres da União e R$ 12 bilhões serão obtidos por meio de financiamento.
O PAC vai beneficiar as cidades com mais de 700 mil habitantes, segundo informações da Presidência, sendo 11 delas cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 (apenas Cuiabá ficou de fora). Os projetos dos municípios poderão ser inscritos a partir do dia 21 de fevereiro no site do Ministério das Cidades e passarão por seleção.
Para Otávio Vieira da Cunha, presidente da Associação Nacional de Tranportes Urbanos (NTU), o PAC da Mobilidade deverá ter os recursos destinados, principalmente, à criação de corredores de ônibus exclusivos, que “é um modelo de resposta rápida e abrangente aos problemas de mobilidade urbana”.
“O investimento será importante para as cidades-sede e deverá seguir a linha dos projetos iniciados durante o PAC I, mas a crise de mobilidade urbana não é apenas dessas 24 grandes cidades”, contrapôs Cunha.
Para ele, o governo ainda deve destinar recursos nos próximos anos às cidades com pelo menos 300 mil habitantes para “criar uma rede integrada que mude o conceito da população em relação ao transporte coletivo". No último mês, uma pesquisa do Ipea mostrou que um entre quatro brasileiros descartam usar o transporte público.
Projetos
De acordo com o Ministério das Cidades, os projetos a serem selecionados podem incluir sistemas de transporte sobre pneus, como corredores de ônibus exclusivos e de Veículos Leves sobre Pneus (VLP/BRT), e também sistemas sobre trilhos, como trens urbanos, metrôs e Veículos Leves sobre Trilhos (VLT).
O professor da UFRJ, especialista em Engenharia de Transporte, Paulo Cézar Ribeiro, acredita que os corredores de ônibus exclusivos deverão ser a principal opção entre os projetos por causa do menor custo. “Para a construção de sistema de metrô em todas as grandes ciidades, o que seria desejável, o investimento deveria ser maior”, explicou.
Para Ribeiro, o PAC da Mobilidade poderia ser mais abrangente, “mas é um esforço louvável para o problema do transporte público nas metrópoles”. “Mesmo que não seja o suficiente para ampliar o sistema de metrô e trens urbanos, já será possível modernizar a infraestrutura existente e melhorar as condições de transporte nas grandes cidades”, disse.
Cidades beneficiadas
As 24 cidades a serem beneficiados pelo PAC Mobilidade foram divididas em três grupos. O primeiro é formado por nove capitais de regiões metropolitanas com mais de três milhões de habitantes: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Recife, Fortaleza, Salvador e Curitiba.
Já o segundo grupo, inclui seis cidades com população entre um e três milhões de habitantes: Manaus, Belém, Goiânia, Guarulhos, Campinas e São Luís.
O terceiro grupo é voltado para as cidades de 700 mil a um milhão de habitantes: Maceió, Teresina, Natal, Campo Grande, João Pessoa, São Gonçalo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu e São Bernardo do Campo.