Alexandre Padilha, ministro de Relações Institucionais: governo luta para reduzir gastos (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 26 de novembro de 2010 às 17h25.
Brasília - O governo teme um “efeito cascata” no orçamento de 2011 caso a Câmara dos Deputados vote neste ano a criação de um piso salarial para policiais militares e bombeiros, disse o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Segundo ele, deputados acenam com a possibilidade de votar o projeto de emenda constitucional que estabelece o piso para policiais e bombeiros, o que criaria impacto de R$ 43 bilhões nos orçamentos da União e dos estados. O receio é que, se essa emenda for aprovada, outras podem vir de outras categorias de servidores estaduais.
“A grande preocupação é gerar efeito cascata. Aprova uma PEC e depois começa a aprovar outra”, disse Padilha em entrevista em Brasília, ontem. Para ele, essa emenda engessa a gestão dos governos dos estados, ao mesmo tempo em que transfere para a União a responsabilidade de decidir sobre reajustes e planos de carreira para servidores estaduais.
O governo precisa reduzir gastos, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, no dia 24, em sua primeira entrevista coletiva após ter sua permanência no cargo no governo da presidente eleita Dilma Rousseff. Na mesma ocasião, em Brasília, Mantega defendeu que a política de aumentar as despesas do governo para ajudar na recuperação da economia durante a crise foi acertada e agora precisa ser revista.
Pré-sal
Padilha disse que o governo quer convencer os deputados a usar as últimas sessões do ano para aprovar o orçamento de 2011 e a legislação do pré-sal, em vez de discutir aumento de despesas.
“O esforço é fechar um grande acordo com lideranças da Câmara para concluir a votação do pré-sal”, disse Padilha. Segundo ele, por ser urgência constitucional, a votação do pré- sal tranca as sessões da casa. “Se fechar um acordo, vota tudo”, disse ele em referência à pauta do governo.
Há um ano no cargo, Padilha disse que gostaria de participar do governo da presidente eleita. Médico sanitarista e um dos coordenadores da campanha de Dilma, ele disse que ainda não foi convidado para o novo governo.