Brasil

Governo tem pressa para aprovar Mais Médicos

Apesar da resistência de entidades médicas e da oposição, governo está otimista quanto à aprovação da MP 621, que institui o Programa Mais Médicos


	Médicos cubanos desembarcam em Brasília: governo tem pressa pela aprovação para que sejam emitidos os registros provisórios para médicos estrangeiros começarem a atuar
 (José Cruz/ABr)

Médicos cubanos desembarcam em Brasília: governo tem pressa pela aprovação para que sejam emitidos os registros provisórios para médicos estrangeiros começarem a atuar (José Cruz/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2013 às 14h20.

Brasília - Apesar da resistência de entidades médicas e de partidos da oposição, o governo está otimista quanto à aprovação hoje (8), na Câmara dos Deputados, da Medida Provisória (MP) 621, que institui o Programa Mais Médicos. O Palácio do Planalto tem pressa em aprovar a legislação para que o Ministério da Saúde possa emitir os registros provisórios necessários para os médicos estrangeiros começarem a atuar. A medida foi incorporada ao texto da MP por uma emenda aprovada na comissão especial.

Segundo a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, mais da metade dos profissionais estrangeiros finalizaram o curso de capacitação, mas não receberam os registros dos conselho regionais de Medicina (CRMs). Com isso, eles já estão recebendo a bolsa mesmo sem poder trabalhar. Ela está confiante na rápida solução da questão no Congresso.

“Os líderes da base estão compromissados em votar a matéria. O acordo é para votar hoje [na Câmara] para que, na semana que vem, o Senado possa votar. Dos mais de 600 médicos que vieram de outros países, mais da metade está sem registro dado pelos conselhos regionais de Medicina. Eles já estão nos municípios, estão recebendo ajuda financeira, mas estão lá aguardando, quando poderiam estar atendendo à população.”

Após reunião com líderes da base aliada, Ideli e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, demonstraram confiança nas negociações para aprovação da MP. “Há um grande consenso com os líderes da base de votarmos a MP conforme o relatório final que foi aprovado na comissão especial. O relatório traz avanços muito importantes”, disse Padilha. “A base está tranquila, acredito que não teremos problema, talvez alguns destaques [apresentados pela oposição]”, disse Ideli.


Segundo Padilha, a emissão do registro pelo Ministério da Saúde facilitará a fiscalização por parte dos conselhos regionais de Medicina. “Os CRMs terão o mesmo poder de fiscalização e acompanhamento. Os dados serão públicos, a atuação é pública, assim como o processo de supervisão totalmente público”, pontuou.

“Isso é um avanço em dois sentidos: primeiro, porque esses médicos [estrangeiros] poderão atuar mais rapidamente, sem qualquer tentativa de postergar. E também, como eles terão o registro exclusivo para o programa, será mais fácil a fiscalização, inclusive dos conselhos, se o médico for atuar fora do programa”, frisou.

O líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), também acredita na aprovação da MP. “Não vi muita resistência não. No embate natural, a maioria da base está favorável, até porque é um tema que a sociedade pede uma providência. Se a providência tomada é mais ou menos correta, isso será debatido. Mas nem a oposição hoje está questionando a providência dela”.

Segundo o líder, a Casa deve votar, primeiro, a medida provisória, para, em seguida, iniciar o debate sobre a minirreforma política. “Temos que começar [pela MP] porque ela tranca a pauta. Mas não precisa votar hoje a minirreforma. Tem que acabar com a obstrução. É o princípio de acordo de que não haverá obstrução. Vamos debater o mérito”.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosMais MédicosMinistério da SaúdePolítica no BrasilSaúde no BrasilSUS

Mais de Brasil

PF convoca Mauro Cid a prestar novo depoimento na terça-feira

Justiça argentina ordena prisão de 61 brasileiros investigados por atos de 8 de janeiro

Ajuste fiscal não será 'serra elétrica' em gastos, diz Padilha

G20: Argentina quer impedir menção à proposta de taxação aos super-ricos em declaração final