Interior da boate Kiss, destruída após o incêndio: a maioria dos mortos no incêndio era de jovens em idade universitária. (REUTERS/Policia Civil)
Da Redação
Publicado em 5 de fevereiro de 2013 às 14h49.
Brasília - O governo federal reconheceu nesta terça-feira a situação de emergência em Santa Maria, interior do Rio Grande do Sul, após um incêndio que matou 237 pessoas e uma comissão de deputados criada para acompanhar as investigações da tragédia pretende ouvir o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) do Estado.
Segundo a assessoria do parlamentar que coordena a comissão, deputado Paulo Pimemta (PT-RS), o presidente do Crea gaúcho, Luiz Alcides Capoani, deve ser ouvido pela comissão no dia 19. O conselho, que na segunda-feira divulgou um relatório preliminar sobre a tragédia na boate Kiss, já havia se colocado à disposição da comissão.
Na avaliação do Crea, uma "série de erros" levou à tragédia, a segunda maior já provocada por um incêndio na história do Brasil, depois que as chamas que tomaram conta de um circo em Niterói (RJ) em 1961 matou mais de 500 pessoas.
A comissão especial, criada pela Câmara no dia 29 de janeiro e formada por sete deputados, se reuniu pela primeira vez nesta terça e terá 120 dias para acompanhar as diligências e ouvir especialistas para produzir um projeto de lei com normas de segurança válidas para todo o país.
Também nesta terça, em decreto no Diário Oficial da União, o governo federal reconheceu a situação de emergência na cidade após a tragédia.
Na prática, segundo a prefeitura de Santa Maria, o reconhecimento dado pela Secretaria Nacional de Defesa Civil permite a liberação mais rápida de recursos do governo federal para a cidade, além de contratações emergenciais, sem necessidade de licitação. O decreto tem validade de 90 dias a partir de 27 de janeiro, data da tragédia.
A maioria dos mortos no incêndio era de jovens em idade universitária.
Segundo a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul, 85 pessoas ainda estão internadas por conta do incêndio, 28 respirando com ajuda de aparelhos.
O fogo começou quando faíscas de um artefato pirotécnico utilizado por um integrante da banda Gurizada Fandangueira, que se apresentava no local, atingiram a proteção acústica instalada no teto do local.
A maioria das vítimas morreu por asfixia, em consequência da fumaça tóxica que tomou conta da boate e da dificuldade em deixar o local.