Eduardo Cunha, do PMDB: partido detém segunda maior bancada na Câmara e a maior do Senado (Valter Campanato/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 23 de fevereiro de 2015 às 16h57.
Brasília - Numa ofensiva para tentar evitar derrotas em votação de interesses do Palácio do Planalto no Congresso, integrantes da equipe ministerial e lideranças da base aliada iniciaram nesta segunda-feira uma série de reuniões para "acertar o jogo" no campo político.
O principal foco é a aproximação com integrantes da cúpula do PMDB, partido que detém a segunda maior bancada na Câmara e a maior do Senado.
O clima entre o Palácio e o principal aliado anda tenso desde o início de fevereiro, quando foram retomadas as atividades no Legislativo.
Na manhã de hoje, um primeiro encontro foi realizado entre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o líder do governo, José Guimarães (PT-CE).
"A reunião foi para dar continuidade no diálogo que iniciei desde a eleição dele. Discutimos o rito das duas medidas provisórias. Vamos discutir o melhor caminho para a composição das comissões dessas matérias", afirmou Guimarães ao se referir sobre as duas propostas que tratam do pacote fiscal enviado pelo Executivo ao Congresso.
Em razão da implantação de um sistema de rodízio, a tendência é que o PT e o PMDB se revezem na presidência e na relatoria das comissões mistas destinadas a discutir as duas MPs.
Segundo Guimarães, também foi tratada na reunião a divisão dos principais cargos da nova CPI da Petrobras, que deve ser instalada nesta quinta-feira.
"Discutimos uma divisão paritária da mesa com o presidente do PMDB, o vice do PSDB, e a relatoria PT. Quem vai ser indicado ainda estamos vendo", afirmou o petista.
Após o encontro com Cunha, uma nova reunião foi realizada desta vez com a presença do ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas, do líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), e Guimarães.
Na ocasião, Pepe Vargas informou aos dois líderes que o governo conseguiu um acordo com o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), para adiar a votação do veto da presidente Dilma Rousseff à proposta de reajuste de 6,5% da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para 2015.
Na sessão do Congresso marcada para esta terça-feira, deverão ser discutidos outros quatro vetos que trancam a pauta do plenário.
Entre eles está o que fixava em 6% as contribuições do empregador e do empregado doméstico.
Um nova rodada de encontros com integrantes da cúpula do PMDB está prevista para a noite de hoje.
No final da tarde, Guimarães deve se reunir com o vice-presidente da República e presidente nacional da legenda, Michel Temer.
À noite, as lideranças do PMDB se reúnem com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para discutir a votação das medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo.