Brasil

Governo pode controlar gastos sem tirar o pé do acelerador, diz ex-diretor do BC

Para economista, o quadro fiscal em 2011 será bem melhor do que o do ano passado

Prédio do Banco Central em Brasília (Divulgação/Banco Central)

Prédio do Banco Central em Brasília (Divulgação/Banco Central)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de janeiro de 2011 às 22h23.

Brasília - O governo poderá fazer controle de gastos em 2011 sem necessidade de tirar “o pé do acelerador” do crescimento da economia, disse hoje (3) o ex-diretor do Banco Central (BC) Carlos Eduardo de Freitas. A mesma percepção tem o diretor do Fundo Monetário Internacional FMI), Murilo Portugal, que já foi secretário do Tesouro Nacional e secretário executivo do Ministério da Fazenda. 

“O Brasil está em uma excelente fase com suas políticas fiscal e monetária. Os fundamentos macroeconômicos são muito sólidos” , disse Portugal, ao deixar a solenidade de posse do novo presidente do BC, Alexandre Tombini.

Segundo Carlos Eduardo de Freitas, o esforço fiscal que será necessário este ano será pequeno devido a dois fatores que ocorreram no ano passado: a inflação, que contribuiu para reduzir as despesas públicas em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), e a capitalização da Petrobras e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com recursos do Tesouro Nacional, desembolso que não deve voltar a ocorrer este ano.

Freitas faz apenas uma ressalva em relação à política de reajuste do salário mínimo. Para ele, as contas públicas não suportam um salário mínimo superior a R$ 540. Mantido este patamar do mínimo, a Previdência Social deve apresentar  déficit de 7,1% a 7,2% do PIB neste ano. A despesa com a folha de pessoal da União, outra variável de peso, teria que ficar em cerca de 4,6% do PIB, o que também não comportaria grandes reajustes aos servidores em 2011.

Para o economista, o quadro fiscal em 2011 será bem melhor do que o do ano passado, se a economia crescer o equivalente a 7,5% do PIB com uma inflação de 6%. Os dois indicadores contribuiriram para uma expansão de 13,5% no produto nominal do país, o que ajudaria a manter a dívida bruta da União praticamente estável. ”A inflação ajudou a equilibrar as contas do governo, mesmo que não seja uma coisa desejável”, disse Freitas.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralMercado financeiroPolítica fiscalPolítica monetária

Mais de Brasil

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022