Temer e Rodrigo Maia: "O governo irá avaliar o apoio que cada parlamentar dará ao governo" (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2016 às 22h13.
Brasília - O presidente Michel Temer disse nesta terça-feira, 11, por meio de seu porta-voz oficial, que o governo não comentaria a retirada do projeto de repatriação de pauta, pois se trata de uma prerrogativa da Câmara dos Deputados.
O porta-voz oficial do presidente Michel Temer, Alexandre Parola, afirmou também que o governo vai avaliar o comportamento de deputados da base que votaram contra a PEC 241 para buscar um trabalho de convencimento nas próximas votações.
"O governo irá avaliar o apoio que cada parlamentar dará ao governo", disse o porta-voz.
"O diálogo e a busca do entendimento seguem sendo ferramentas para obter o convencimento e para que nas próximas votações esses parlamentares possam votar em sintonia com o governo e com os projetos de mudança que estão se implementando em benefício do Brasil".
Apesar do discurso oficial não falar em retaliação, o Planalto já elabora um mapa dos "traidores" para punir com retirada de cargos, emendas e diminuição de espaço no governo, de acordo com interlocutores do presidente.
Repatriação
No caso do projeto de repatriação, o bastidor no Planalto é que apesar do empenho do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de tentar pauta o tema, não havia razões do governo para interferir tentando mobilizar a base, já que da forma como é atualmente o texto da repatriação já atenderia aos interesses do governo.
Além disso, segundo uma fonte do Planalto, o governo não quer ter a sua marca em eventuais mudanças do texto.
Outra razão para a imobilidade do Planalto no caso é que o assunto não está entre as prioridades de Temer que, após a PEC, deve centrar esforços na Reforma da Previdência.
Sobre esse tema, Parola afirmou que o governo "busca equidade e a justiça do sistema previdenciário" e que a proposta será "amplamente discutida com a sociedade brasileira".
"Ao regressar de viagem oficial a Ásia o presidente pretende discutir o mais amplamente possível as propostas da reforma da previdência", afirmou.