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Governo lança programa nacional para monitorar biomas

O programa visa estender a todo o território brasileiro um monitoramento que já vem sendo feito na Floresta Amazônica


	Desmatamento na Floresta Amazônica: região é o maior bioma brasileiro e tem a maior biodiversidade de florestas tropicais do mundo
 (Getty Images)

Desmatamento na Floresta Amazônica: região é o maior bioma brasileiro e tem a maior biodiversidade de florestas tropicais do mundo (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2015 às 17h20.

Brasília - A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, lançou hoje (25) o Programa Nacional de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros, que vai mapear e acompanhar o desmatamento, as queimadas e os diversos usos das terras brasileiras, além de monitorar a recuperação de vegetações e coibir crimes ambientais.

O programa visa estender a todo o território brasileiro um monitoramento que já vem sendo feito na Floresta Amazônica, desde 1988, e no cerrado, desde 2002.

Segundo Leonel Perondi, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais [Inpe], mais de 70% do território brasileiro já está sendo monitorado por satélites, incluindo os dois biomas.

A Floresta Amazônica é o maior bioma brasileiro e tem a maior biodiversidade de florestas tropicais no mundo.

O Cerrado é o segundo maior bioma do país, mas a savana é ainda a mais rica em biodiversidade do mundo, segundo dados do WWF [Fundo Mundial para a Natureza, em português].

Durante o lançamento do programa, foram divulgados dados de dois projetos de acompanhamento do Cerrado.

Os resultados mostraram o bioma tem aproximadamente 55% de seu território preservado e os 45% restantes têm outros usos, com predominância de pastagens e agricultura.

“A boa notícia é que muitas pessoas achavam que nós tínhamos menos cerrado, mas temos mais cerrado com vegetação nativa preservada”, afirmou a ministra.

Izabella Teixeira disse que o monitoramento feito inicialmente na Floresta Amazônica foi estendido para o Cerrado, e que o novo programa pretende estendê-lo, em 2017, para a Mata Atlântica.

No biênio 2017/2018, entram no esquema o pantanal, a caatinga e os pampas, abarcando assim todos os biomas brasileiros.

“Nós fizemos aqui toda uma trajetória do que é necessário ter para que o Brasil possa firmar uma estratégia de monitoramento de biomas com os dados de desmatamento, queimadas e de recuperação, para o Brasil estar pronto, em 2020, para a implementação de sua INDC [Contribuição Nacionalmente Determinada Pretendida] de clima”, afirmou a ministra.

INDC

A INDC [Contribuição Nacionalmente Determinada Pretendida] é um documento que contém o que cada país pretende fazer para reduzir as emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE).

A proposta brasileira foi apresentada em setembro pela presidenta Dilma Roussef, na ONU, em Nova Iorque.

Em dezembro, o documento deverá ser ratificado durante a COP-21, em Paris. A INDC começará a valer a partir de 2020, quando termina o período de cumprimento do Protocolo de Quioto.

Cerrado

O bioma Cerrado concentra quase 5% de todas as espécies do mundo e 30% da biodiversidade do Brasil.

No entanto, segundo dados do WWF, menos de 10% de todo o cerrado são ocupados por unidades de conservação e menos de 3% são unidades de proteção integral.

O desmatamento, as queimadas e a agropecuária são exemplos das principais ameaças para a conservação das espécies. de acordo com o WWF, uma em cada 4 espécies ameaçadas de extinção no Brasil vive no cerrado.

Animais como o lobo-guará, a onça-pintada, o tamanduá-bandeira e a anta, espécies emblemáticas da região, estão ameaçados de extinção.

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