Rio: o decreto que institui o programa foi assinado pelo presidente, governador e o prefeito (Matthew Stockman/Getty Images/Getty Images)
Agência Brasil
Publicado em 13 de novembro de 2017 às 18h23.
Foi lançado hoje (13), no Rio de Janeiro, o Programa Emergencial de Ações Sociais que prevê investimento de R$157 milhões para estimular a participação de jovens em atividades esportivas, culturais e de tecnologia, com o intuito de prevenir a violência na região metropolitana do Rio.
O presidente Michel Temer, o governador Luiz Fernando Pezão e o prefeito Marcelo Crivella participaram da cerimônia de lançamento.
A ideia é ampliar os serviços oferecidos em oito centros de Referência de Assistência Social (Cras) e seis centros de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), além dos centros que atendem moradores de rua.
Serão beneficiados jovens inscritos no Cadastro Único dos programas sociais do governo federal.
A expectativa é atender 50 mil crianças e adolescentes, entre 6 e 17 anos, que vivem nos complexos do Lins de Vasconcelos, do Alemão, da Penha e da Maré, além das comunidades do Chapadão/Pedreira, Cidade de Deus, Vila Kennedy e Rocinha, todos na capital, além da Baixada Fluminense e do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo.
O decreto que institui o programa foi assinado pelo presidente, governador e o prefeito.
"O importante é que esses jovens tenham a oportunidade não só de ter uma atividade esportiva, desenvolver as suas aptidões, suas habilidades, como também deles terem um acesso a um ensino diferenciado de informática. Que eles tenham oportunidade de vida. A palavra é oportunidade", disse o ministro dos Desenvolvimento Social, Osmar Terra, durante a cerimônia realizada no Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Cefan).
Segundo ele, atualmente 2.500 crianças são atendidas por unidades militares no Rio, em espaços como o Cefan.
"A gente pode chegar rapidamente a 10 mil, nos primeiros dois meses, e chegar a 50 mil lá para março ou abril. O ministro [do Esporte, Leonardo] Picciani está promovendo uma parceria com os clubes de futebol e com as vilas olímpicas. Mas sempre associado ao ensino de informática. A gente quer que eles saiam capacitados [em informática] para qualquer emprego, nós vamos oferecer também, para os jovens que se destacarem, a possibilidade de a prefeitura acompanhar e nós financiarmos na modalidade de microcrédito, para startups, para desenvolverem aplicativos".
Terra explicou que o programa prevê o esforço de seis ministérios. Além das ações específicas, como a compra de uniformes e material esportivo e a contratação de professores, cada pasta vai desenvolver ações paralelas e serão investidos, ao todo, cerca de R$ 200 milhões até meados do ano que vem.
O Ministério da Educação vai entrar com R$ 22,5 milhões para 1 mil escolas oferecerem atividades complementares nos fins de semana, "para as escolas se transformarem em centros comunitários, para atividades nos fins de semana para atividades de cultura, esporte e lazer".
Segundo o ministro, o Banco do Brasil doou 600 computadores para o programa e outras instituições vão doar mais máquinas, além de uma parceria com a Microsoft e a Google para fazer os cursos.
Outra parceria é com a rede hoteleira, que se comprometeu a reservar 10% dos empregos para os jovens que participarem dos programas.
O presidente Michel Temer destacou a integração de todos os órgãos envolvidos para o bom andamento do programa.
"Quando nós percebemos que todos esses setores estão reunificados, estão trabalhando juntos, nós podemos dizer sempre que o Brasil tem jeito e cada vez mais futuro. Não tenho a menor dúvida deste fato. Por isso, uso a palavra integração para sensibilizar os nossos jovens. Nós, dentro de algum tempo, estaremos fora. E os jovens cada vez mais no interior de todas as atividades da iniciativa privada e do poder público. Então que nós devemos fazer é incentivar essa cooperação entre todos, essa integração extraordinária".
O governador Luiz Fernando Pezão lembrou o trabalho iniciado na década de 80, quando foram criados os centros Integrados de Educação Pública (Cieps) para educação integrada.
"Quando cheguei aqui em 2007, encontrei os Cieps abandonados. Se nós tivéssemos dado continuidade, eram verdadeiras fábricas de jovens que seriam hoje cientistas, atletas, porque eles eram concebidos com piscinas, esporte, animadores culturais, horário integral, cinco refeições. Esse é o investimento que a gente tem que fazer. Não tem outro que a gente tenha que fazer".
Também participaram da cerimônia os ministros da Justiça, Torquato Jardim; da Cultura, Sérgio Sá Leitão; do Esporte, Leonardo Picciani; e a ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois.