Em três anos, as importações de pescado que o Brasil traz da China cresceram quase dez vezes, levando o governo brasileiro a estudar a desoneração de impostos (Andréa DAmato/Guia Quatro Rodas)
Da Redação
Publicado em 26 de novembro de 2011 às 09h20.
Brasília - O peixe chinês invadiu a prateleira do brasileiro. Em três anos, as importações de pescado que o Brasil traz da China cresceram quase dez vezes, levando o governo brasileiro a estudar a desoneração de impostos para que os produtores nacionais de peixe possam competir em melhores condições com os chineses. Dados compilados pelo Conselho Nacional da Pesca (Conepe) mostram que importações da Tailândia e do Vietnã também explodiram nos últimos anos.
De janeiro a setembro de 2009, o Brasil importou 5,9 mil toneladas de peixe da China, quantidade que subiu para 58,3 mil toneladas no período de janeiro a setembro deste ano. No mesmo período, as importações de pescado do Vietnã saltaram de 1,3 mil toneladas para 19,2 mil toneladas. Da Tailândia, os números mostram o dobro de compras: em 2009 eram 2,5 mil toneladas e neste ano, 5,9 mil toneladas. Os números significam que o varejo nacional vem dando prioridade para o peixe importado na gôndola, por causa do preço.
"A entrada dessas espécies chega a comprometer o bem-estar da indústria brasileira na medida em que oferece produtos acabados a preços muito abaixo da tabela nacional, com os quais não se pode competir de forma igual pelos altos custos de transformação e logística do pescado no Brasil", informa o Ministério da Pesca e Aquicultura, em nota enviada ao jornal O Estado de S.Paulo.
Desoneração
As indústrias do setor vêm negociando com o governo a desoneração de impostos para permitir uma competição mais justa com os importados. Com uma carga tributária menor, a indústria local acredita que teria condições de competir.
O Ministério da Pesca confirmou ao jornal que o governo estuda isentar rações e suplementos minerais de aquicultura, que representam entre 40% e 70% dos custos totais de produção de peixe no País. A medida será submetida aos ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex), como estratégia para atrair o apoio dos Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento para a ideia. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.