Coronavírus: prefeitura de SP capacitará mil profissionais da rede hospitalar e da atenção básica (Governo do Estado de São Paulo Seguir/Flickr)
Agência Brasil
Publicado em 31 de janeiro de 2020 às 17h24.
O governo do estado de São Paulo, em parceria com a prefeitura da cidade, anunciou, hoje (31), um plano de contingência e a formação de um grupo para criar estratégias e ações de prevenção relacionadas ao coronavírus. Serão destinados R$ 200 mil para a compra de kits diagnósticos para o Instituto Adolfo Lutz e de insumos e equipamentos de proteção individual, como máscaras, luvas, óculos e aventais para profissionais de saúde dos hospitais e laboratórios estaduais.
O plano de contingência será aplicado em todos os municípios do estado e será focado em três eixos: a vigilância em saúde (vigilância epidemiológica, formas de transmissão, definição de casos suspeitos, fluxos da doença, aeroportos e portos, confirmação laboratorial e prevenção), assistência (disponibilização de leitos e capacidade de atendimento para casos mais graves) e a comunicação para a sociedade (informações em site, redes sociais, mídia e boletins diários).
O grupo vai colaborar na análise de dados e de informações para subsidiar tomadas de decisões e definição de estratégias, preparação da rede e de ações de enfrentamento de emergências em saúde pública.
"Os profissionais de saúde que atuam em São Paulo estão sendo orientados sobre esse novo vírus e a importância de nos informar rapidamente sobre qualquer caso suspeito. Nossa rede está preparada para atender pacientes e conta com serviços de referência na área de infectologia para casos graves. Seguiremos vigilantes, orientando organizações públicas e privadas, veículos de comunicação e a sociedade civil, prezando pela agilidade e transparência", disse o secretário estadual de Saúde, José Henrique Germann.
A capacitação dos profissionais do SUS tem apoio dos Grupos de Vigilância Epidemiológica (GVEs), da Coordenadoria de Serviços de Saúde (CSS) e da Coordenadoria de Gestão de Contratos de Serviços de Saúde (CGCSS).
A prefeitura de São Paulo capacitará 1.000 profissionais da rede hospitalar e da atenção básica, que devem multiplicar essas informações para os 84 mil funcionários da Secretaria Municipal da Saúde.
A orientação é a de que assim que os primeiros sintomas do coronavírus surgirem - febre, tosse, coriza e dificuldade para respirar -, o paciente procure o serviço de saúde mais próximo. Para ser considerada suspeita, a pessoa deve ter histórico de viagem para locais com transmissão local, como a China, ou ter tido contato próximo com pessoa com caso suspeito. O profissional de saúde vai avaliar se os sintomas indicam alguma probabilidade de infecção por coronavírus, tomar as providências para notificação e coletar material para exame laboratorial. O início do tratamento dos sintomas prevê medidas para isolamento do paciente.
A infecção por coronavírus apresenta manifestações parecidas com a de outros vírus respiratórios e não existe tratamento específico. Dependendo da condição clínica do paciente, o isolamento pode ser domiciliar. O tratamento consiste em repouso, ingestão de líquidos e evitar contato direto e o compartilhamento de objetos de uso pessoal. Sintomas muito intensos podem levar o paciente a ser hospitalizado.
De acordo com o secretário Henrique Germann, três casos suspeitos de coronavírus estão sendo monitorados no estado de São Paulo: um homem de 33 anos e um menino de seis, na capital, que voltaram da China em janeiro, e um homem de 45 anos, em Paulínia, no interior, que esteve na China e apresentou os sintomas após retornar ao Brasil. Todos estão bem, estáveis e recebendo cuidados em casa em isolamento domiciliar.
A investigação dos casos é feita com amostras biológicas dos pacientes, colhidas pelos hospitais e enviadas ao Instituto Adolfo Lutz.