Ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) cumprimenta o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, na sessão de abertura do ano legislativo (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Da Redação
Publicado em 2 de fevereiro de 2015 às 20h11.
Brasília - Encerrada a disputa pela presidência da Câmara, o vencedor, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse hoje (2) que terá uma relação “institucional” com o Palácio do Planalto.
Apesar do governo garantir que não tomou partido na disputa entre Cunha e o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), o novo presidente admite que podem ficar sequelas na relação entre PMDB e PT.
“Se as sequelas existirem, serão partidárias. Não é mais comigo. Agora, minha posição é institucional, não é dessa natureza”, afirmou, lembrando que a presidenta Dilma Rousseff telefonou para cumprimentá-lo.
Mesmo garantindo que não é oposicionista e que trabalhará pela independência com harmonia entre os poderes, Eduardo Cunha disse que “relação não se define com palavras, mas no seu contexto quotidiano”.
O ministro de Relações Institucionais, Pepe Vargas, também garantiu que não haverá retaliações aos deputados da base que votaram em Cunha.
Segundo Vargas, o governo não usou sua estrutura para eleger Arlindo Chinaglia e liberou os ministros para fazerem campanha para os candidatos de seus partidos.
Para o ministro Pepe Vargas, não há ambiente para retaliaçõesWilson Dias/Agência Brasil
Para o ministro, não há ambiente para retaliações. “A formação de um bloco partidário e de uma candidatura da Câmara vai gerar retaliação? Vocês acham que a gente age assim? Acham crível que o governo faça esse tipo de retaliação? Houve um bloco que se formou e outro bloco que se formou. Houve uma disputa na Câmara. Somente isso”, assegurou o ministro.
Pepe Vargas comparou a disputa entre os candidatos do PT e do PMDB, que são os maiores partidos da base aliada, com um jogo de futebol. “Um jogo de futebol tem carrinho, puxão na camiseta e até canelada. Quando termina, os amigos sentam e tomam uma cervejinha. É isso”, acrescentou.
Ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante informou que a eleição para presidência da Câmara ficou no passado e que o momento é de retomada do diálogo sobre a agenda para o país.
“Acho que ele [Eduardo Cunha] já disse que quer preservar a independência do Legislativo, mas não será uma presidência de oposição. Tenho certeza disso. Trabalhamos esses quatro anos com o Congresso. Aprovamos os principais projetos de lei de importância para o país e o PMDB foi muito importante, inclusive a liderança dele. Temos certeza que vamos avançar na direção que o país espera”, ressaltou o ministro.
Os ministros e o presidente da Câmara estiveram juntos hoje, durante sessão de abertura do ano legislativo no Congresso Nacional. Mercadante representou o governo e levou a mensagem da presidenta Dilma Rousseff para os congressistas.
O presidente do STF, Ricardo Lewandowski, entregou a Eduardo Cunha a mensagem do Poder JudiciárioFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowiski, também participou da cerimônia. Ele entregou a mensagem do Poder Judiciário e o Relatório das Atividades do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça em 2014, além das metas para 2015.