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Governo do RS inaugura 1ª cidade provisória para acolher vítimas das enchentes

Foram selecionadas famílias com presença de idosos, gestantes, PCDs e pessoas com transtorno do espectro autista

Casas temporárias para as vítimas de enchentes em Canoas (RS) (Governo do RS/Divulgação)

Casas temporárias para as vítimas de enchentes em Canoas (RS) (Governo do RS/Divulgação)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter da Home

Publicado em 4 de julho de 2024 às 17h48.

Última atualização em 4 de julho de 2024 às 17h49.

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Nesta quinta-feira, 4, o governo do Rio Grande do Sul inaugurou em Canoas a primeira cidade provisória para vítimas das enchentes no estado. O Centro Humanitário de Acolhimento (CHA), batizado de "Recomeço", está localizado no pátio da Refap (Refinaria Alberto Pasqualini) da Petrobras e a abertura foi realizada pelo governador Eduardo Leite.

O espaço começou a receber seus primeiros moradores nesta manhã, a maioria deles reside no próprio município de Canoas, um dos mais afetados pela crise climática.

Segundo o governo gaúcho, a seleção das famílias levou em consideração a presença de idosos, gestantes, pessoas com deficiência (PCDs) e pessoas com transtorno do espectro autista (TEA). A lotação máxima de 630 pessoas deve ser atingida em 15 de julho.

A ação faz parte do Plano Rio Grande, elaborado para mitigar os danos das chuvas e enchentes no estado. A instalação das casas provisórias começou em 17 de junho e foi financiada pelo sistema Fecomércio/Sesc/Senac. As casas modulares foram doadas pela Agência da ONU para Refugiados (Acnur) e montadas com auxílio do Exército.

Durante a inauguração, o governador Eduardo Leite (PSDB) reforçou o caráter temporário dos Centros Humanitários de Acolhimento, que foram pensados como solução entre os abrigos emergenciais e as moradias definitivas. “Queremos casas definitivas para essas pessoas, mas, até lá, é preciso garantir cuidado e atenção”, disse.

“Estamos buscando dar dignidade e estrutura para que essas pessoas estejam em melhores condições. Embora ainda não seja o ideal, é mais um passo. E vamos perseguir cada um dos passos seguintes até que tenhamos as casas definitivas para todos que precisam.”

O governo também informou que outros quatro CHAs serão instalados em Porto Alegre e Canoas, com previsão de acolher um total de 3.700 pessoas.

Como são as moradias temporárias?

O CHA conta com 126 casas modulares instaladas em uma área de 30 mil metros quadrados, próximo à estação do Trensurb. As estruturas são simples, seguindo o padrão da ONU para refugiados.

Cada casa tem 17 m² e pode abrigar até cinco pessoas, sendo equipada conforme a necessidade de cada família.

A gestão do espaço será feita pela Agência da Organização das Nações Unidas para as Migrações (OIM), e a alimentação será fornecida por uma empresa contratada pela agência, com refeições servidas em um refeitório coletivo com capacidade para 450 pessoas.

A área de higiene conta com 28 contêineres com banheiros, totalizando 76 sanitários comuns, 15 sanitários para PCDs e 54 chuveiros, dos quais seis são para PCDs. A média de 1 banheiro para cada 7 pessoas é superior à recomendação da OIM de 1 para 20. O espaço também possui berçário, fraldário, cadeiras de amamentação, uma lavanderia com oito máquinas de lavar e oito de secar, além de varais coletivos.

A segurança será garantida pela Brigada Militar do Rio Grande do Sul, com um posto fixo, e pela Secretaria de Segurança Pública de Canoas, que gerenciará as câmeras de circuito interno. Dois consultórios médicos foram montados para atendimento e recuperação, com equipes de saúde e assistência social do município e do estado.

Crise no Rio Grande do Sul

O balanço recente da Defesa Civil do Rio Grande do Sul informou que, até o momento, foram registradas 180 mortes pelas chuvas e enchentes que atingiram o estado entre maio e junho. As cheias também deixaram 806 pessoas feridas e afetaram mais de 2,3 milhões, em 478 municípios. O balanço aponta que 32 pessoas estão desaparecidas. 
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