Carros da Polícia Civil do RJ: caso Amarildo desperta atenção para violência policial (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 5 de outubro de 2013 às 16h18.
Rio de Janeiro - O governo do estado do Rio de Janeiro manterá inalterado o plano de segurança nas favelas apesar das denúncias de torturas cometidas por policiais, afirmou neste sábado o secretário de Segurança José Mariano Beltrame.
O delegado Rivaldo Barbosa, da Polícia Civil do Rio de Janeiro, informou nesta sexta-feira que 22 moradores da Rocinha denunciaram ter sofrido 'torturas' nos últimos seis meses em interrogatórios na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do bairro.
Os policiais espancavam os interrogados, davam choques elétricos, os asfixiavam com sacolas de plástico e os obrigavam a ingerir cera líquida, para arrancar informações sobre traficantes de drogas, segundo Barbosa.
As denúncias de torturas surgiram durante a investigação sobre o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, no dia 14 de julho, depois que foi interrogado na delegacia da Rocinha, e que a Procuradoria atribuiu a dez policiais.
Ontem, um tribunal ordenou manter em prisão preventiva os dez policiais, que foram acusados de tortura seguida de morte e de ocultação do corpo de Amarildo.
Beltrame sustentou hoje que esse caso e as denúncias de torturas 'não enfraquece absolutamente' a imagem das UPPs.
Em declarações à imprensa, o secretário afirmou que o programa de implantação de UPP nas favelas continuará porque 'mudou a vida' das pessoas que vivem nelas.
'O mais importante é que as pessoas querem a UPP e que a vida destas pessoas lá dentro mudou ', disse Beltrame, que acrescentou que a Polícia Militar ' deu sua resposta de maneira transparente e objetiva' ao entregar os acusados à Justiça. EFE