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Governo do Rio deve anunciar corte de 30% dos salários na Uerj

O governador pretende promover o corte já no salário de fevereiro de professores e outros funcionários, que está atrasado

 (Tânia Rêgo/Agência Brasil/Agência Brasil)

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EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de março de 2017 às 20h40.

Rio - O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), deve anunciar um corte nos salários dos professores e funcionários da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) que ainda não iniciaram o ano letivo, nesta sexta-feira, 24.

A expectativa é que a redução seja na casa dos 30%.

Os detalhes estão sendo definidos por Pezão e sua equipe.

As aulas da Uerj deveriam ter começado no dia 17 de janeiro, mas o corpo docente avaliou que a faculdade não tinha condições estruturais.

Para a rádio CBN, Pezão disse que pretende promover o corte já no salário de fevereiro, que está atrasado. Por outro lado, afirmou que vai colocar em dia as contas da universidade.

A reitoria da universidade informou que não irá comentar as declarações do governador.

"A universidade não foi oficialmente informada do fato e só irá se pronunciar quando isso acontecer", comunicou, por meio de nota.

Já a presidente da Associação de Docentes da Uerj, Lia Rocha, disse que o órgão recebeu com "surpresa" a informação e ainda não foi notificado formalmente da medida.

"Queríamos saber como o governador pretende cortar um salário que ainda não recebemos e nem temos previsão para receber. Ainda não recebemos o 13º, nem o salário de fevereiro. O de janeiro foi parcelado. Estamos com dificuldade de compreender essa medida", disse.

Lia também afirmou que os professores não estão em greve.

"Apenas os técnicos, como secretários e funcionários dos recursos humanos, estão em greve. Nós estamos trabalhando, fazendo a orientação de alunos, tarefas administrativas, a reforma curricular. Só não estamos dando aulas porque os professores e a reitoria decidiram que não há condições", afirmou.

Segundo a presidente da associação, a faculdade está sem o serviço de limpeza, o restaurante universitário não está funcionando, as bolsas dos alunos estão atrasadas e houve cortes de funcionários da segurança e da manutenção dos elevadores.

"Se o governador realmente cumprir isso, nós vamos entrar com um mandado de segurança na Justiça", disse.

A bancada de deputados do PSOL na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) enviou nota dizendo que "repudia de forma veemente" a ação do governador.

"É mais uma atitude criminosa de um Estado que já não paga os salários, não repassa as cotas mensais da Uerj desde o início do ano passado e não regulariza as bolsas de ensino. A volta às aulas tem sido adiada sucessivamente por completa falta de condições mínimas de salubridade para alunos, professores e funcionários", disse.

Durante a participação em uma banca de concurso para professor da Faculdade de Direito da Uerj, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin comentou a situação precária da universidade.

"Eu dei aula por dois anos na Uerj, e espero que ela supere essas dificuldades. Acho que vai superar", afirmou Fachin.

Em sua fala, no intervalo da banca, ele disse que a Uerj é "sua segunda casa", depois da Universidade Federal do Paraná (UFPR), da qual foi aluno, professor e diretor da Faculdade de Direito.

Procurado, o governo do Estado ainda não se manifestou oficialmente sobre a decisão.

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