Dos R$ 53 milhões destinados ao programa, R$ 45 milhões virão do caixa estadual e R$ 7,9 milhões do governo federal (Eduardo Riedel/ Facebook/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 9 de maio de 2023 às 18h24.
Última atualização em 10 de maio de 2023 às 12h00.
Uma estratégia de combate ao bullying anunciada pelo governo do Mato Grosso do Sul está causando polêmica. O programa "MS Saúde: mais saúde, menos fila" está prevendo investir R$ 53 milhões totais em cirurgias eletivas no estado. Dentro disso, estarão intervenções plásticas voltadas para jovens estudantes de escolas públicas ou privadas que sofram algum tipo de constrangimento nas escolas.
Conforme o assessor de comunicação da Secretaria de Governo, Alexsandro Nogueira, crianças e adolescentes que já tiveram problemas de bullying identificados pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública foram encaminhadas à coordenadoria de suporte psicossocial e, na maioria dos casos, para a rede pública de saúde. "Esse é o público que já está na fila dos procedimentos: crianças com orelha de abano, nariz adunco, crescimento excessivo das mamas e problemas oftalmológicos, como estrabismo e alto grau de miopia" disse.
A ideia é que a iniciativa ainda tenha impacto sobre a evasão escolar, um problema não só no estado mas também no restante do país. A novidade foi anunciada dentro da força-tarefa da gestão de Eduardo Riedel (PSDB) voltada para reduzir a fila de espera para cirurgias eletivas no estado, que hoje reúne cerca de 15 mil pessoas. Atualmente há 1.375 cirurgias judicializadas, já em fase de cumprimento de sentença, das quais 90% são ortopédicas.
"Passamos por uma pandemia, as filas se constituíram novamente e agora se faz necessário um programa como esse. É para as pessoas que vamos trabalhar", disse o governador na segunda-feira (08-05) durante o lançamento do programa no Hospital São Julião, em Campo Grande.
Serão ofertados procedimentos "preventivos de bullying", de acordo com o material divulgado pelo governo estadual. De acordo com o comunicado, os episódios de humilhação e agressão em escolas estão em uma crescente no Mato Grosso do Sul, que registrou 142 casos no ano de 2022, afastando estudantes das salas de aula.
De acordo com uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em 2022, um total de 40% dos estudantes brasileiros admitiu já ter sofrido com as consequências do bullying na escola, sejam em episódios de provocação ou intimidação. Além disso, 24,1% deles declararam aos pesquisadores sentirem que “a vida não vale a pena”, após terem sido vítimas.
Dos R$ 53 milhões destinados ao programa, R$ 45 milhões virão do caixa estadual e R$ 7,9 milhões do governo federal. As consultas e os exames serão levados a 79 municípios do Mato Grosso do Sul.