Rua 25 de Março no centro de São Paulo. (Eduardo Frazão/Exame)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 11 de dezembro de 2020 às 13h16.
Última atualização em 11 de dezembro de 2020 às 13h57.
O governo de São Paulo fez uma alteração extraordinária na quarentena do estado. A partir de sábado, 12, os bares precisam fechar até as 20 horas, antes era até as 22 horas. Os shoppings e o comércio de rua tiveram o horário de funcionamento ampliado, de 10 horas para 12 horas. Em ambos os casos a capacidade se mantém a mesma, 40%. A medida tem validade por 30 dias.
No caso dos restaurantes, eles podem abrir até 22 horas, mas o serviço de bebida alcoólica deve ser finalizado às 20 horas. Segundo o governo, a determinação tem o objetivo de evitar aglomerações com as compras de fim de ano e diminuir o contágio entre jovens.
“Conversamos com o setor e a decisão foi unânime sobre a discussão com o horário de funcionamento. A mudança é para ter o maior espaçamento entre as pessoas, para ter todas as suas necessidades atendidas. Mantemos o horário limite de fechamento até as 22 horas”, disse a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, em entrevista coletiva nesta sexta-feira, 11.
Na semana passada, o governo de São Paulo já tinha feito uma alteração na quarentena, quando restringiu a atividade do comércio em todo o estado. Apesar das mudanças feitas nesta sexta-feira, a fase 3 amarela, em uma escala que vai de 1 - a mais restrita - até a 5, não muda.
O secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, disse que neste momento a transmissão é maior entre os jovens e, por isso, foi determinada a medida de restrição de bares.
"O grupo etário que mais nos preocupava eram os idosos. Sabemos que eles representam 77% das pessoas que evoluem para a forma mais grave da doença. Mas os jovens também podem morrer em decorrência do vírus. Eles ainda podem transmitir para dentro da sua casa", afirmou.
Jean Gorinchteyn ainda disse que o governo está preocupado com o aumento no número de internações por causa da covid-19. Os últimos dados Secretaria Estadual da Saúde mostram que a taxa de ocupação da UTI está em 58% no estado, uma das mais altas em meses. Na Grande São Paulo a ocupação está em 64%.
Além da taxa de ocupação, os números mostram que na quinta-feira, 10, foram feitas 1.568 solicitações de internações de pacientes com covid-19. É o mais alto registro desde o fim de agosto. A média diária, referente aos últimos sete dias, está em 1.409, quase o dobro do registrado em novembro.
Para diminuir a pressão sobre o atendimento nos hospitais, o governo disse que vai garantir com recursos estaduais 2 mil leitos de UTI dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). O total de leitos disponíveis é de 8,5 mil. O governo também estendeu o convênio com as Santas Casas, que venceria agora em dezembro.