Trem da CPTM: atualmente, devido a um convênio feito com o governo federal, as vias dos trens metropolitanos da CPTM são compartilhadas com os trens de carga (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 19 de setembro de 2013 às 16h52.
São Paulo – O governo de São Paulo quer eliminar a circulação de trem de cargas nos trilhos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) durante o dia.
Hoje (19) o governador do estado, Geraldo Alckmin, disse que vai notificar a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a MRS Logística, que tem a concessão federal para o transporte de carga, para que os trens cargueiros circulem apenas no período da noite.
A decisão do governador foi anunciada um dia após um acidente envolvendo um cargueiro, que transportava bauxita, e uma composição de passageiros da CPTM, que deixou 13 pessoas feridas.
O acidente aconteceu entre as estações Franco da Rocha e Baltazar Fidelis (Linha 7-Rubi), que liga a Estação da Luz a Francisco Morato. Desde as 11h20 de ontem (18), a circulação de trens está interrompida neste trecho e, segundo a CPTM, ainda não há prazo para o serviço voltar ao normal.
“Eles precisam tomar as providências para utilizar os trilhos apenas no horário noturno, o chamado deserto, quando não há trem de passageiros”, disse Alckmin. Segundo o governador, o peso do transporte de cargas é enorme e é totalmente inadequado o compartilhamento de trilhos entre carga e passageiros.
Atualmente, devido a um convênio feito com o governo federal, as vias dos trens metropolitanos da CPTM são compartilhadas com os trens de carga. Os trens cargueiros podem circular na CPTM em dois horários, considerados de menor movimento: das 10h às 15h e das 22h às 3h.
A única linha em que os trens de carga não circulam é na Linha 9-Esmeralda (Osasco-Grajaú). Nas demais cinco linhas, circulam cerca de 70 trens de carga por dia.
De acordo com o governo estadual, a quantidade de carga transportada por mês, em média, é 2,9 milhões de toneladas bruta.
Já os trens de passageiros chegam a transportar cerca de 2,6 milhões de passageiros por dia e a expectativa do governo é que o número aumente com a expansão da linha. “Em 2016, encerra-se o convênio e nós não queremos mais o trem de carga. Já alertamos o governo federal sobre a necessidade de uma alternativa para o transporte de cargas em São Paulo”, disse o governador.