Agência de notícias
Publicado em 1 de agosto de 2024 às 11h52.
Última atualização em 1 de agosto de 2024 às 13h12.
O Ministério da Fazenda definiu novas regras de “jogo responsável” para mitigar o vício e endividamento de apostadores online.
Em três portarias publicadas nesta quinta-feira, o governo determinou que as casas de apostas devem fiscalizar o comportamento dos usuários quanto aos seus riscos de dependência e suspender o uso da plataforma caso necessário.
As operadoras terão responsabilidade jurídica para garantir o cumprimento das regras e serão submetidas à fiscalização da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) do Ministério da Fazenda.
Conforme as novas regras, as plataformas terão de ter ferramentas analíticas e metodologia de classificação e análise de dados que seja capaz de analisar os perfis de apostadores e seus riscos de dependência, de transtornos do jogo patológico e demais problemas associados a apostas.
Além disso, empresas também serão obrigadas a disponibilizar um espaço de “jogo responsável”, de forma clara e acessível dentro do sistema de apostas.
O governo ainda definiu que as plataformas devem fornecer um painel de informação de fácil acesso, para que os usuários tenham acesso ao tempo de uso do sistema, a quanto dinheiro perdeu em apostas nas plataformas e ao saldo financeiro disponível. Esse painel também deve fornecer alertas de tempo de atividade e indicar canais de atendimento e ouvidoria aos usuários.
Além da dependência associada aos jogos, as novas regras também tratam de violações do direito do consumidor, propaganda enganosa ou para menores de idade, recompensas para atrair clientes e marketing de afiliados.
Em caso de descumprimento das normas, as empresas serão submetidas a multas de R$ 50 a R$ 2 bilhões, que sempre deverão ser superiores a vantagem auferida pelo infrator.
As empresas também serão legalmente responsáveis pelas publicidades de seus afiliados, revendedores pagos pela marca para fazerem propagandas da plataforma, que costumam ser influenciadores na internet. Nesse caso, afiliados que divulgarem as casas de apostas também serão responsabilizados.
A portaria ainda proíbe que publicidade que "apresente a aposta como socialmente atraente ou contenham afirmações de personalidades conhecidas ou de celebridades que sugiram que o jogo contribui para o êxito pessoal ou social ou para melhoria das condições financeiras."
No mercado de apostas, é comum que empresas contratem influenciadores e celebridades que fazem publicações em suas redes prometendo prêmios e valores altos para usuários que se cadastraram na plataforma.
A fiscalização será feita pela SPA, que vai manter um canal para receber as denúncias de publicidades enganosas que violarem as regras de “jogo responsável”. Após a notificação, as plataformas deverão retirar as campanhas publicitárias do ar.